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Dólar fecha em nova máxima desde abril após Fed projetar altas de juros em 2022

Por :
Reuters
Atualizado: Dec 15, 2021, 23:26 GMT+00:00

Por Luana Maria Benedito SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva contra o real nesta quarta-feira, a nova máxima em oito meses, depois que o banco central dos Estados Unidos anunciou a antecipação do fim de suas compras de títulos e projetou aumentos de juros já em 2022.

Mulher segura notas de dólar com cédulas de reais ao fundo

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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva contra o real nesta quarta-feira, a nova máxima em oito meses, depois que o banco central dos Estados Unidos anunciou a antecipação do fim de suas compras de títulos e projetou aumentos de juros já em 2022.

O dólar à vista subiu 0,21%, a 5,7072 reais na venda, novo pico desde 13 de abril deste ano (5,7175). A divisa marcou seu quinto ganho diário consecutivo, o que investidores também atribuíram à demanda sazonal pela moeda norte-americana.

Na B3, às 17:43 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,34%, a 5,7220 reais.

O Fed disse nesta quarta-feira que encerrará em março suas compras de títulos adotadas durante a pandemia, pavimentando o caminho para três aumentos de 0,25 ponto percentual cada nas taxas de juros até o fim de 2022.

Juros mais altos nos Estados Unidos são amplamente vistos como positivos para o dólar, já que uma maior rentabilidade da dívida norte-americana, considerada investimento seguro, intensificaria o fluxo de recursos estrangeiros para o país.

Mesmo assim, a moeda norte-americana fechou este pregão longe das máximas do dia. Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, disse que o mercado pode ter sentido algum alívio com a percepção de que não necessariamente o Fed começará a elevar os juros imediatamente depois de encerrar suas compras de ativos.

Além do Fed, investidores notaram movimento sazonal de saída de recursos do Brasil, o que ajudaria a explicar parte da valorização recente do dólar.

“O final do ano tem uma sazonalidade ruim (para o câmbio); temos visto saídas de recursos principalmente do setor corporativo, pagamento de dividendos, isso acontece no último trimestre do ano, é um negócio normal”, disse a jornalistas nesta quarta-feira David Beker, chefe de economia no Brasil e estratégia para América Latina do Bank of America.

Segundo participantes do mercado, esses fatores sazonais ajudariam a explicar a presença mais firme do Banco Central no mercado de câmbio nos últimos dias. Nesta quarta-feira, a autarquia vendeu 950 milhões de dólares em leilão de moeda estrangeira à vista, a terceira operação desse tipo em quatro sessões.

Sobre as perspectivas do dólar para o ano que vem, Beker afirmou enxergar potencial de apreciação do real devido ao maior retorno por diferencial de juros na esteira da alta da taxa Selic, atualmente em 9,25%. Mas ele ressalvou que boa parte do comportamento do mercado de câmbio dependerá dos desdobramentos nas eleições presidenciais.

Vários especialistas têm mostrado apreensão com o desfecho da corrida presidencial em 2022, já que anos eleitorais tendem a aumentar a incerteza política e, consequentemente, intensificar a busca pela segurança do dólar.

Riscos na frente da atividade econômica também servem como obstáculos ao desempenho do real, depois de vários indicadores macroeconômicos surpreenderem para baixo nos últimos dias.

Nesta quarta-feira, por exemplo, dados mostraram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) –uma medida da evolução do ritmo de atividade no país– caiu 0,40% em outubro sobre setembro, leitura pior que a baixa de 0,20% prevista por analistas em pesquisa da Reuters.

“Inflação de dois dígitos, juros em alta, o impacto de interrupções na cadeia de abastecimento no setor manufatureiro, ruído político elevado e a erosão da confiança do consumidor e de empresas estão gerando ventos contrários visíveis à atividade”, disse em relatório o chefe de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.

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