Na última segunda-feira o boletim Focus foi divulgado e nele consta as expectativas do mercado sobre alguns indicadores econômicos, como é o caso da Selic.
De acordo com o último boletim, a expectativa é de Selic em 8% ao ano. Vale destacar que as análises vêm sendo influenciadas pela inflação que vem crescendo cada vez mais.
O Brasil oferecendo uma taxa de juro maior pode atrair mais investidores, principalmente devido à segurança dos títulos por aqui.
Comparado a vários outros países em desenvolvimento, o Brasil é um dos melhores e mais estáveis, porém, o contexto econômico e político vêm prejudicando um pouco.
O Brasil vem crescendo, mas já no último resultado do PIB, houve uma leve queda. Existe a possibilidade de racionamento de energia, além da questão do desemprego. Fatos que prejudicam uma visão de médio prazo.
A informalidade vem ganhando força e isso pode gerar impactos no futuro, principalmente com relação à previdência social, coisa que no longo prazo, vai influenciar negativamente a dívida pública.
Tudo isso faz parte da análise dos investidores. Por outro lado, existe uma notícia boa, a dívida bruta brasileira vem caindo.
Se as coisas forem melhorando aos poucos, é possível que até o final de 2021, a dívida/PIB fique próxima dos 80%.
Vale destacar que ainda em 2021, a relação dívida/PIB já tinha alcançado a casa dos 90%. Marca nunca antes batida.
Se o juro continuar subindo e ficar acima do esperado pelo mercado, a oportunidade será atraente no Brasil.
Outro ponto é a inflação. Um juro que oferece ganho real aos investidores é muito bom e pode ser um triunfo ao Brasil na tentativa de captar investidores do exterior.
O problema está relacionado ao tipo de investimento. Aqueles que procuram colocar o capital no Brasil se aproveitando do juro maior, geralmente tem um grau especulativo elevado.
Ou seja, se o juro cair, esses recursos provavelmente vão sair do Brasil, gerando desvalorização do real.
Outro ponto é referente à estabilidade política e a economia. A criação de mais programas sociais ou do aumento dos valores, sem uma redução nas despesas também gera insegurança por parte dos investidores.
O Brasil precisa mostrar controle nas contas públicas. Com mais despesas, o Brasil precisa aumentar a arrecadação. Por isso, é importante ver sinais mais fortes da economia.
Havendo um pouco mais de estabilidade e melhora contínua da economia, com uma redução dos riscos para eventuais blecautes, é provável que a relação USD/BRL caia.
Mas, se as coisas não melhorarem, o dólar pode sim se valorizar, mesmo com juro mais alto.
Se o investidor não possui posição em dólares, talvez esse seja um bom momento para analisar. O índice Ibovespa também vem sofrendo com a volatilidade, já os títulos de renda fixa, atrelados à Selic, vem se mostrando alternativas muito atraentes.
Oliver é formado em ciências contábeis pela UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí).Além da contabilidade, Oliver se tornou investidor. a primeira experiência no mercado de capitais foi investindo no tesouro direto, comprando uma ltn (letra prefixada). a partir de 2010, Oliver foi ampliando sua carteira e aumentando o conhecimento em investimentos.