Quando um ativo financeiro entra em consolidação e na sequência faz um rompimento, pode estar dando uma ótima oportunidade. Mas em uma consolidação 80% dos rompimentos falham, então o ideal é operar apenas os padrões mais confiáveis.
O Breakout e o power breakout, como o próprio nome diz, se referem a padrões de rompimento. Ou seja, quando o ativo forma uma consolidação e na sequência faz o rompimento da mesma. Normalmente após esse rompimento o ativo faz um movimento direcional
É muito interessante para qualquer pessoa, que busca operar ou entender o mercado financeiro, conhecer estes padrões. Principalmente porque apresentam uma taxa de acerto que pode chegar a 80%.
Porém, para isso, é importante se atentar aos detalhes, pois não é qualquer rompimento que se enquadra como um breakout ou um power breakout. Então vamos por partes. Primeiro serão apresentados os padrões e na sequência o que está por trás dos mesmos.
O padrão conhecido como breakout ocorre quando o ativo começa a trabalhar dentro de uma consolidação e na sequência faz o rompimento da mesma. É preciso se atentar, no entanto, ao comportamento da média móvel.
Para que o padrão seja caracterizado, o ativo deve fazer topos e fundos acima e abaixo da média móvel de 20 períodos, respectivamente.
Como mostrado, o ativo fez um forte movimento de alta e então entrou em consolidação. A média móvel aritmética de 20 períodos (MMA20) ficou “dentro” do preço, de modo que o ativo formou topos acima dela e fundos abaixo dela.
É preciso destacar, no entanto, que o último fundo foi formado sobre a MMA20. Quando o ativo voltou a subir, rompeu a resistência e fez um forte movimento para cima.
Desta forma, para identificar o padrão, é preciso se atentar ao comportamento da MMA20. Caso o ativo esteja em consolidação, mas não faça topos e fundos acima e abaixo da média, não se trata de um breakout. Além disso, antes do rompimento, sempre o ativo deve fazer um topo ou fundo sobre, ou próximo, à média.
Também vale ressaltar que se trata de um padrão de continuidade, ou seja, deve ser operado preferencialmente na tendência. Conforme mostrado no exemplo, o ativo estava em tendência de alta, formou o padrão, e rompeu para cima.
Existe ainda a possibilidade de fazer a operação na falha do breakout, que ocorre quando o padrão está sendo desconfigurado. Isto aconteceria, se no exemplo apresentado, o ativo rompesse a consolidação para baixo. Esta operação poderia ser feita, desde que o ativo estivesse muito afastado da média móvel de 200 períodos.
Mas, o ideal é buscar sempre fazer operações a favor da tendência.
O power breakout recebe este nome porque indica que o ativo está em forte tendência. Assim, quando ocorre o rompimento irá fazer um movimento poderoso, por isso recebe o nome de power breakout.
O padrão ocorre quando o ativo faz um forte movimento direcional, afastando o preço da MMA20, e na sequência passa a andar de lado. Enquanto o preço fica andando de lado, a MMA20 continua seguindo em direção ao preço. Quando finalmente a média encosta no preço, o ativo dispara, fazendo novamente um movimento direcional.
Conforme mostrado no gráfico, assim que a MMA20 chegou no preço, o ativo voltou a cair com força.
O power breakout também é um padrão de continuidade e preferencialmente deve ser operado a favor da tendência.
Para identificar o padrão, é preciso observar o preço se afastar da média e então lateralizar, formando um canal horizontal. Caso o preço forme um canal inclinado na direção da tendência, poderá estar formando uma deriva. Já se o canal estiver inclinado contra o movimento anterior, o padrão formado é uma bandeira.
Quando o padrão está sendo formado, é mais interessante que o preço toque na MMA20 antes que seja realizado o rompimento. Caso isso não aconteça, ainda é possível realizar a operação, mas neste caso deve ser verificada a largura do canal.
Se o canal no qual o preço ficou andando de lado é estreito, pode ser dada a entrada na operação caso o rompimento ocorra próximo à MMA20. Mas, se o canal for largo, o ideal é esperar o ativo formar um pivô de rompimento.
Agora que os padrões foram apresentados, será explicado porque este tipo de consolidação se forma e também quais as taxas de sucesso dos padrões
Conforme explicado pelos estudos Ralph Nelson Elliot, o preço dos ativos se movimenta em ondas. Quando a movimentação é de alta, estas ondas geram os topos e fundos ascendentes. Para a movimentação de baixa, as ondas são baixistas, gerando assim os topos e fundos descendentes.
Contudo, existem basicamente três tipos de ondas. Para simplificar, serão apresentados apenas os movimentos de alta, visto que os movimentos de baixa são os mesmos, porém contrários.
O movimento de onda mais conhecido é o do pivô.
O pivô consiste simplesmente na identificação de uma sequência de topos e fundos ascendentes.
Conforme mostrado, o ativo saiu de uma região de fundo e subiu formando um topo. Em seguida recuou até a MMA20 que serviu de suporte fazendo o preço voltar a subir. O fundo deixado sobre a média é mais alto do que o anterior, deste modo, assim que o topo foi rompido, o pivô foi acionado.
Se estiver interessado em entender o que é um pivô, sugiro a leitura do artigo “Operando um dos setups mais lucrativos da análise técnica.”
Outro tipo de onda que um ativo pode fazer, ocorre quando é realizado um forte movimento direcional e na sequência, ao invés de o ativo cair e fazer um fundo mais alto, simplesmente passa a andar de lado.
Assim como as ondas do mar não avançam continuamente quando a maré está subindo, um ativo financeiro também não se movimenta de forma contínua.
Quando os compradores estão no controle e fazem o preço subir, chega um momento em que alguns compradores se tornam vendedores, buscando assim realizar lucros. Neste momento, o ativo para de subir e cai um pouco, como ocorre com o pivô. Mas, é possível também que o ativo pare de subir e não caia, fazendo assim um movimento lateral.
Quando enfim os compradores voltam a dominar o preço, o ativo volta a subir dando continuidade à tendência de alta.
Esta movimentação é justamente o breakout, ou seja, o segundo tipo de onda é o breakout.
Como neste tipo de onda a força compradora permanece no controle, visto que o ativo sequer chega a cair após fazer o movimento de alta, este padrão apresenta uma taxa de acerto de até 80%.
O terceiro tipo de onda ocorre geralmente após um forte primeiro movimento.
Quando um ativo está em uma longa consolidação e faz um movimento direcional, ou ainda faz a inversão da tendência, esse movimento é considerado o primeiro, indicando que este foi o primeiro movimento da nova tendência que o ativo está tomando.
Quando é realizado um movimento forte de tendência, as vezes o “descanso” dos compradores é bem curto e o preço volta a subir em pouco tempo.
Essa barra vermelha deixada após um forte movimento de alta é conhecida como “gift”, pois se trata de um presente para quem quer realizar uma operação no ativo. Como mostrado, assim que a barra vermelha foi rompida para cima, o ativo fez outro forte movimento de alta.
O interessante é que essa barra vermelha em um tempo gráfico menor, seria exatamente o power breakout.
O gráfico usado no exemplo é de 60 minutos, por isso é observado apenas uma barra vermelha. Entretanto, no gráfico de 5 minutos, seriam observadas 12 barras andando de lado até que a média chegou no preço.
Conforme indicado pela linha branca mais fina, o preço voltou a subir assim que tocou na média. Essa linha branca representa justamente a MMA20 no gráfico de 5 minutos.
Como o power breakout também se trata de uma operação de tendência e que tem como base os princípios da análise técnica, apresenta uma ótima taxa de acerto, que fica em torno de 75%.
Conhecer as bases de uma estratégia operacional sem dúvida é muito interessante. Observar os gráficos e entender a dinâmica de preços é instigante, além de ser lucrativo para quem realiza as operações.
Espero que este artigo tenha contribuído para o seu aprendizado e que este conhecimento te ajude a compreender um pouco mais os gráficos.
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Anderson é Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC, mas desde 2015 vem estudando e trabalhando com o mercado financeiro, a partir de 2019 passou também a atuar como educador financeiro ajudando outras pessoas a aprenderem técnicas e estratégias para se conhecerem e tirarem o melhor proveito do mercado. Apaixonado pela leitura, ela já leu centenas de livros relacionados ao mercado financeiro e desenvolvimento pessoal.