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Cardano x Solana: confronto pelo presente e futuro do mercado

Por :
Victor Raimundi Brandao Alberto de Mello
Publicado: Nov 4, 2021, 19:39 UTC

A flutuação de preços entre as moedas virtuais ADA e SOL são os reflexos da intensa disputa vivida pelas duas redes. Disputando mercado, público e a atenção dos programadores, as duas redes entram nesse final de 2021 em um capítulo que indica uma virada pró-Solana.

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Nesse artigo:

Disputa pelo trono tem concorrentes promissores

Inovar no mercado de criptoativos é o sonho de qualquer um, seja como criador de novas redes e produtos que se estabeleçam no meio, ou no papel de investidor astuto que descobre um diamante e multiplica o dinheiro nele aplicado.

A primeira grande inovação – fora, obviamente, o nascimento do Bitcoin (BTC) e de todo esse universo – talvez venha por parte da rede Ethereum (ETH), que abriu as portas para as inúmeras variedades de criptoativos que conhecemos hoje por meio de suas blockchains.

Não à toa, o Ether fica atrás somente do próprio Bitcoin em preço de mercado, tornando-se indispensável para o universo de criptos enquanto permitiu ganhos astronômicos a quem conseguiu aproveitar a oportunidade.

É justamente com o nobre posto da Ethereum na mira que surgiram as apelidadas “Ethereum Killers” Cardano (ADA) e Solana (SOL). Dois projetos que apostam em suas capacidades de “melhorarem” o funcionamento oferecido pela rede Ethereum ao atender usuários que buscam criar aplicativos descentralizados e usufruir dos contratos inteligentes.

As armas dos combatentes e o início do confronto

Apesar dos objetivos muito similares, cada concorrente conta com seus diferenciais. A Cardano tem desde o início de sua ascensão uma forte vocação para atender o chamado das finanças descentralizadas (DeFis), setor que muitos classificam como o primeiro grande passo para criptoativos rumo ao “mundo real”.

Outra arma do projeto, além do bom trabalho de marketing e comunicação feito pelo CEO Charlie Hoskinson (um dos fundadores da Ethereum) e sua equipe, é a validação de transações feitas feita por meio de P.O.S. (Proof of Stake), método que gasta muito menos energia do que o tradicional P.O.W. do Bitcoin, por exemplo.

A Solana, por sua vez, apesar de também operar no setor de DeFi, começou a desenvolver seu alcance sob a luz de aplicativos descentralizados (dApps) em mais áreas, utilizando-se do dinamismo proposto pela troca de informações e afins via blockchains para oferecer soluções à variados setores e suas demandas.

Seu método de validação é visto até como mais completo do que o de seu concorrente, uma vez que se utiliza de princípios do Proof of stake, mas adiciona mais uma etapa de validação por meio do cálculo de tempo entre transações ocorridas. O então chamado P.O.H. (Proof of History) apresenta mais uma camada de segurança frente ao P.O.S. e aos demais métodos.

Mas a diferença que importa, sobretudo ao considerar que ambos as redes (em seu potencial máximo) teriam condições de promover avanços similares, foge do mundo das ideias e recai sempre sobre a realidade.

Ada e Solana dispararam consideravelmente no ano e, a não ser que uma catástrofe ocorra nos menos de dois meses que ainda restam para 2021, estão no hall dos principais destaques dentre os criptoativos da temporada. O que muda, entretanto, é que um dos “concorrentes” passaram efetivamente pelo seu primeiro batismo de fogo, enquanto o outro ainda patina e perde o ritmo acelerado de alta que acumulava.

Já no final de setembro, a Solana indicava crescimento total no ano superior aos 9.600%, estabelecendo-se consideravelmente acima dos US$ 200 logo no início de novembro. A rede foi cada vez mais exigida – acelerando projetos até no setor de DeFi, carro chefe da Cardano – e mostrou plena capacidade de suportar as demandas dos programadores que desenvolveram aplicativos em sua rede.

Por sua vez, a Cardano subiu 1.400% e apontava para o rompimento da barreira dos US$ 3 como ponto determinante para entrar em um novo patamar de preço. Entretanto, a atualização Alonzo, Hard Fork que daria ao sistema um maior potencial de atender os contratos inteligentes, mas estagnou desde sua conclusão em setembro.

Na verdade, “estagnar” é uma palavra, uma vez que a novidade é relativamente recente e ainda estaria em tempo hábil de adaptação em outros casos. Mas aí, a grande promessa de sucesso feita sob o ativo, com projeções mais otimistas mirando preço acima dos US$ 10 para Ada, jogou contra.

A decepção gerada pela demora fez com que os preços voltassem a brigar para se manterem nos US$ 2, enquanto Solana acelera e se estabelece em US$ 240. Apesar do preço muito mais baixo, Cardano permaneceu mais alta que sua rival no top 10 de marketcap – valor total empreendido no ativo em mercado – pela maior parte de 2021. A virada ocorreu na terça-feira (2), quando SOL passou os mais de US$ 63 bilhões em valores totais da ADA e acelerou rumo à quarta posição.

Vale ressaltar ainda nessa disputa três aspectos dessa movimentação. O primeiro é referente ao maior fluxo de mudanças ter sido notado diretamente nos dois ativos, o que indica que além do aumento natural de investidores adcionando Solana ao seu portfólio, muitos aceitaram possíveis perdas com Ada e investiram seus recursos na concorrente.

O segundo fica por conta da visível distância momentânea que vai se abrindo, já que enquanto Cardano mantendo seu crescimento em ritmo lento até resolver as pendências de seu sistema, Solana já saltou seu marketcap para a casa dos US$ 72 bi.

Por fim, mas não menos importante. Não importa o quão curioso seja a diminuição de ritmo da Ada, ou até mesmo o quão impressionado fique com o grande momento vivido pela rede Solana: O império ainda é da Ethereum, com as aspirantes a sucessoras ainda sendo, na verdade, dependentes do segundo maior elemento dentre os criptoativos.

A briga é muito boa e está longe de acabar, com tudo indicando que daqui um tempo, ambos os projetos possam decolar de uma vez mesmo que disputem o mesmo espaço. Mas é certo dizer que nesse round final de 2021, Solana está definitivamente na frente.

Sobre o Autor

Com trabalhos de destaque no meio da comunicação desde o primeiro semestre do curso de jornalismo, Victor se aproximou da cobertura econômica ao redigir e apresentar conteúdos diários sobre o mercado para milhares de ouvintes, espectadores e internautas.

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