O fim de semana que abriu outubro trouxe uma injeção de ânimo que pode ser crucial para o mercado de criptoativos nessa reta final de ano. De quebra, tivemos indícios de aproximação de bolsa brasileira às blockchains, além de suspeitas no oriente médio envolvendo mineração.
A B3 poderá ser responsável por um passo importante na aproximação do mercado de criptos aos investimentos mais tradicionais no Brasil ao se preparar para prestar serviços de oráculo para blockchains.
O objetivo, de acordo com Luis Kondic (diretor de dados e produtos listados na B3), seria de auxiliar na adição de informações externas para redes de criptomoedas enquanto o “Real Digital”, CBDC brasileira, fosse inserida gradativamente nestes mesmos sistemas. Além disso, há o interesse de colaboração em ferramentas de pagamentos em dinheiro programável.
“Podem existir várias aplicações, como sistemas capazes de programar a distribuição de retornos entre shareholders automaticamente de acordo com os rendimentos da companhia, agendamento do repasse automático de dinheiro em casos de contratos, fornecedores e afins sem a necessidade de uma cadeia de distribuição”, apontou Kondic.
Ainda em setembro, houveram apresentações do Banco Central envolvendo projetos de contratos inteligentes e finanças descentralizadas envolvendo o CBDC nacional, mas a expectativa é de que os primeiros testes sejam feitos somente em 2023.
O Irã aparece como um possível novo polo de estímulo aos criptoativos no oriente, mas levantas suspeitas de órgãos econômicos internacionais com as intenções que os estímulos governamentais à mineração recém-retomadas de criptos possa conter.
A mineração e promoção sobretudo de criptoativos seria uma possibilidade de burlar as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos frente à política iraniana de armamentos nucleares. Entretanto, relatórios indicam que enquanto as sanções atrapalharam os mercados mais tradicionais, os atuais campos de mineração do país teriam potencial para movimentar US$ 1 bilhão.
Depois de 3 meses de banimento, o governo do Irã permitiu que as atividades de mineração de criptomoedas voltasse à ativa em seu território. A paralização, que se iniciou em maio, foi motivada pela preocupação do presidente Hassan Houhani com a estabilidade das redes nacionais de energia elétrica no período em que as maiores temperaturas do ano são registradas no país (podendo chegar perto dos 50°C em algumas regiões específicas). As atividades por lá voltaram no dia 6 de agosto.
Dois meses após a volta de atividades de mineração no país, o Irã já indica ter aumentado seu impacto costumeiro na disponibilização de criptoativos. Comparado ao mês de agosto, setembro indicou aumento de praticamente 50% na produção nacional e alcançou 7% da disponibilidade do mercado mundial. Anteriormente, a fatia flutuava na casa dos 5%.
Após muita turbulência entre agosto e setembro, o momento positivo de virada do mês seguiu no fim de semana e nessa segunda-feira para o mercado de criptomoedas. O Bitcoin (BTC) formou linha de resistência em US$ 47 mil após a alta do mercado na sexta-feira (dia 1º, motivada pelo posicionamento favorável do governo americano). Já nessa segunda (4), voltou a apresentar alta acima dos US$ 49 mil, flertando mais uma vez com o rompimento da barreira dos 50 mil.
A Ethereum (ETH), apesar de apresentar de ter apresentado leve baixa no início da manhã do dia 4, seguem em movimentação similar à do BTC, formando resistência nos US$3,3 mil e seguindo em viés de alta rumo aos US$ 3,5 mil, após semanas abaixo dos 3 mil.
Altcoins como Cardano (ADA), Polkadot (DOT), XRP e afins tiveram oscilação um pouco mais sentidas nessa segunda-feira, mas além de movimentos de alta já mais à tarde, seguem sem sustos no novo plateau estabelecido no primeiro dia de outubro.
Com trabalhos de destaque no meio da comunicação desde o primeiro semestre do curso de jornalismo, Victor se aproximou da cobertura econômica ao redigir e apresentar conteúdos diários sobre o mercado para milhares de ouvintes, espectadores e internautas.