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Crypto Weekend: 24 à 26 de Setembro

Por :
Victor Raimundi Brandao Alberto de Mello
Publicado: Sep 27, 2021, 18:56 UTC

No último final de semana, os destaques das principais notícias do mercado mundial vieram das relações entre governos nacionais e as criptomoedas. O destaque fica, mais uma vez, para a China, que apertou o cerco aos ativos descentralizados.

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Nesse artigo:

China fecha as portas para as criptomoedas

Em meio à sua própria crise interna no mercado imobiliário chinês, que aliás indicou alta nas bolsas após a injeção de US$ 15,5 bilhões por parte do próprio governo, a potência asiática eleva suas restrições aos criptoativos mais uma vez.

Após o estabelecimento de “caça aos mineradores” em seu território com ameaças de punições e até promessas de recompensas por denúncias, o comunicado do Banco Popular da China, publicado em seu site na sexta-feira (24), informou que “as atividades comerciais vinculadas a moedas virtuais são atividades financeiras ilegais”.

Como justificativa, o PBOC (sigla em inglês para o banco), o órgão reforçou a intenção de proteger seus cidadãos dos “riscos” de lidar com moedas não fiduciárias, além de destacar mais uma vez que a medida auxiliará o país a atingir seus objetivos ecológicos ao reduzir a emissão de carbono.

Agora, carteiras, exchanges virtuais e demais agentes de transações e investimentos estão proibidas de fornecer serviços direcionados aos criptoativos para investidores chineses. Para reforçar a inibição, o governo chinês também proibiu instituições financeiras, empresas de pagamento e de internet de facilitarem as operações com criptomoedas.

Como reflexo imediato do comunicado, o mercado de criptomoedas caiu em 5%, com o Bitcoin (BTC) desvalorizando mais de US$ 2 mil assim que a notícia começou a correr.

Entretanto, o mercado já voltou a crescer apesar do duro golpe, promulgando a confiança dos investidores nos ativos mesmo frente à pressão da China. No início da tarde dessa segunda-feira, o Bitcoin estava sendo cotado na casa dos US$ 42.250.

Criptomoedas nas Américas

Enquanto isso, no experimento de El Salvador, o fim de semana contou com atualizações do governo local sobre as primeiras semanas do Bitcoin como moeda oficial do país (ao lado do dólar americano).

De acordo com levantamentos feitos pelo próprio secretariado de economia e por analistas do mercado cripto, 2,1 milhões de Salvadorenhos não somente abriram a carteira digital Chivo como estão movimentando seus ativos.

O número representa praticamente um terço de todos os habitantes do país (o total é de 6,4 milhões) e já representa um grande sucesso frete a um dos objetivos estabelecidos pelo presidente Nayib Bukele no início do projeto.

Isso porquê o número já é superior aos 1,8 milhões que possuem contas em banco, o que indica que o problema de bancarização já começou a ser suprido pela praticidade dos criptoativos, permitindo que mais pessoas transacionem seus recursos.

Um pouco acima, na América do Norte, os Estados unidos e o Canadá avançam nas suas respectivas regulamentações em torno das movimentações de criptomoedas em seus territórios.

A Organização Regulatória da Indústria de Investimentos do Canadá, junto do setor de Segurança de Administração nacional, estabeleceu também durante o fim de semana para as empresas de trading que oferecem seus serviços para residentes do país que não usem de propagandas que coloquem os ativos como “apostas”.

Louis Morisset, presidente da Segurança Administrativa, anunciou que “propagandas enganosas ou propositalmente dúbias podem encorajar investidores a assumirem riscos que normalmente evadiriam. ” Ainda de acordo com o Morisset, caso esse tipo de ações ocorram, além das dúvidas que podem ser levantadas para os criptoativos no país, a empresa responsável terá “problemas para registrar suas atividades no Canadá.”

Os Estados Unidos, por sua vez, já tinham anunciado a ideia de regulamentação com o intuito de inibir o uso das criptomoedas como forma de pagamento para ataques de hackers e sequestros de arquivos, mas a conversa sobre os ativos como um todo pode ser atualizada (e também regulamentada) junto ao governo americano.

Agora, o debate segue para as stablecoins, por conta de seu potencial de servir como “ponte” entre os criptos e o sistema bancário mais tradicional. Os reguladores estão agora interessados em saber se o sistema de stablecoins como USDT e USDC se manteriam seguras o suficiente para fazerem valer de sua liquidez em meio aos processos que poderão ser necessários.

As dúvidas vão de questões práticas, como garantir que os sistemas operacionais por trás dessas moedas são capazes de se manterem em funcionamento pleno mesmo com uma alta demanda de operações, até suas funcionalidades junto aos chamados “papéis comerciais”, como recurso que pode ser captado e transformado efetivamente em dólares.

A expectativa de atualização regulamentar das stablecoins e dos demais criptos na situação de crimes virtuais é prevista para ser ao menos apresentada em mais detalhes já no decorrer desta semana.

Sobre o Autor

Com trabalhos de destaque no meio da comunicação desde o primeiro semestre do curso de jornalismo, Victor se aproximou da cobertura econômica ao redigir e apresentar conteúdos diários sobre o mercado para milhares de ouvintes, espectadores e internautas.

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