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Demanda global de ouro cai 7% no terceiro trimestre

Por :
Tales Rabelo Freitas
Atualizado: Nov 4, 2021, 17:09 UTC

De acordo com o último relatório do World Gold Council, a demanda de ouro caiu 7% com relação ao ano anterior.

Demanda global de ouro cai 7% no terceiro trimestre

Nesse artigo:

A queda é referente a um volume total negociado de 831 toneladas durante o terceiro trimestre de 2021.

Esta queda foi quase exclusivamente impulsionada por ETFs (sigla para Exchange Traded Fund), ofuscando a força em outros setores da demanda durante o trimestre.

Enquanto isso, a demanda de ouro para joias, tecnologia, barras e moedas foi significativamente mais alta do que em 2020, conforme mostram os dados. 

Em 2021, as compras dos bancos centrais também foram uma melhoria sólida, embora modesta, em relação ao saldo negativo do terceiro trimestre de 2020.

Demanda de ouro para joias, barras e tecnologia

Com a recuperação econômica global no pós-pandemia, a demanda por joias ganhou força, e segue em curso.

No terceiro trimestre deste ano, a demanda de ouro direcionada para este segmento aumentou em 33%, para 443 toneladas.

Já o investimento em barras e moedas subiu 18%, para 262 toneladas. 

Em seguida, temos a demanda de ouro para atender aos setores de tecnologia, a qual cresceu 9%, impulsionada pela recuperação contínua em eletrônicos.

No total, a demanda do setor foi de 84 toneladas, retomando o nível verificado no período pré-pandemia.

A queda acentuada do preço do ouro em agosto foi usada por muitos como uma oportunidade para comprar um insumo mais barato e diminuir os custos.

Queda no fluxo de ETFs de ouro

Por outro lado, o que pesou para derrubar a demanda global de ouro foram os ETFs.

Segundo o relatório do WGC, pequenos fluxos globais de ETFs de ouro tiveram um resultado líquido negativo de 27 toneladas.

O resultado vai na contramão do ano anterior, quando, no terceiro trimestre de 2020, os fundos foram responsáveis por uma demanda de 274 toneladas.

Já os bancos centrais continuaram comprando ouro, embora em um ritmo mais lento do que nos últimos trimestres. 

As reservas globais aumentaram 69 toneladas no terceiro trimestre de 2021, acumulando quase 400 toneladas ano.

O lado da oferta

No agregado, em comparação com o mesmo período pré-pandêmico, de 2019, a demanda global de ouro permanece notavelmente mais fraca.

Já a oferta de ouro, por outro lado, permanece relativamente estável este ano, uma vez que a produção das minas aumentou de forma constante ao longo de 2021. O total acumulado no ano é de aumento 5%.

Porém, o lado negativo ficou por conta da reciclagem, que diminuiu significativamente em mais de 12% no mesmo período. 

Expectativas

Considerando que as tendências atuais do mercado se mantêm, o WGC prevê que a recuperação econômica beneficiará os setores de joalheria e tecnologia.

Já os investimentos em ouro devem reagir aos temores contínuos de inflação, embora os fluxos relativamente modestos dos ETFs estejam ainda fracos em relação ao recorde de 2020.

Enquanto isso, os bancos centrais estão preparados para um ano acima da média de compras líquidas.

O preço do ouro foi em média de US$ 1.789,50 / onça durante o terceiro trimestre de 2021, que é ligeiramente inferior à média do segundo trimestre do mesmo ano. 

Na comparação anual temos uma queda de 6%, refletindo a alta recorde do dólar americano em agosto de 2020.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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