A Dogecoin faz parte do mercado das criptomoedas, deste modo também pode ser considerada um ativo. Porém, existem algumas características bem peculiares para esta moeda digital.
Quando foi criada, em 2013, o Dogecoin se tornou a “moeda meme”, uma vez que seu token foi desenvolvido, em parte, para homenagear o meme do cachorro da raça Shiba Inu.
Entretanto, pelo menos teoricamente, existia um propósito maior para a criação da crypto. A ideia era criar uma alternativa para transferências de valores de forma rápida e com baixo custo.
Para isso, existem duas características que diferem bastante do Bitcoin: a escassez (ou a falta dela) e a velocidade de transações.
Enquanto o Bitcoin é uma moeda escassa, que terá um limite de unidades em circulação, a quantidade de Dogecoins é limitada apenas pelo seu próprio valor. Isso quer dizer que não existe um limite de unidades de Dogecoins, pois elas podem ser mineradas conforme o desejo dos mineradores. Ou seja, enquanto existirem mineradores de Dogecoins, este continuarão sendo produzidos.
Já com o Bitcoin a situação é diferente, pois a crypto passa pelo processo de Halving, fazendo com que em média a cada 4 anos a quantidade de Bitcoins minerados seja reduzida pela metade.
Para se ter uma ideia da diferença de quantidade entre essas cryptos, o limite de Bitcoins que existirão no mercado é de 21 milhões, o que está previsto para acontecer no ano 2140. Já o Dogecoin conta atualmente com 129 bilhões de tokens no mercado.
Com relação a velocidade de transações, o Bitcoin ainda se mostra muito lento, o que acaba também encarecendo o processo. Com o Dogecoin a situação é diferente, pois a crypto foi criada para tornar possível transações rápidas e de baixo custo. Sendo assim, apesar de ambas usarem a mesma base, a complexidade matemática por trás do processo de validação das transações do Dogecoin é muito mais simples do que a do Bitcoin, fazendo com que as transações ocorram de forma significativamente mais rápida.
O Dogecoin não é um ativo que pode ser usado como reserva de valor, justamente por sua infinidade de tokens. Apesar da grande valorização que teve no início de 2021, é notado que o ativo se estabilizou e vem fazendo movimentos menores com o passar do tempo.
Observando o gráfico diário com o volume de negociações e uma média móvel de 100 períodos aplicada ao volume, pode ser notado que o ativo vem sendo menos negociado a cada dia.
Isto pode ser preocupante, pois o menor volume de negociações pode fazer o preço do ativo cair de forma lenta e constante, o que poderia levar a “morte” do ativo.
Se o objetivo da crypto é facilitar as transações de valores e estas transações serem menos utilizadas, parece óbvio que o ativo perderá valor. Deste modo, a menos que algo diferente aconteça, parece pouco provável que o Dogecoin volte a se valorizar muito.
Anderson é Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC, mas desde 2015 vem estudando e trabalhando com o mercado financeiro, a partir de 2019 passou também a atuar como educador financeiro ajudando outras pessoas a aprenderem técnicas e estratégias para se conhecerem e tirarem o melhor proveito do mercado. Apaixonado pela leitura, ela já leu centenas de livros relacionados ao mercado financeiro e desenvolvimento pessoal.