A economia Australiana está fortemente ligada à produção de commodities como, carvão, ouro, minério de ferro e gás natural. Uma vez que tais commodities estão em alta, o Dólar Australiano vem ganhando força contra o Euro.
A Austrália é a maior exportadora mundial de diamantes, alumínio e carvão. Tem também grande participação nas exportações de outras commodities como, ouro, chumbo, minério de ferro, níquel, bauxita, cobre, zinco e gás natural.
A alta das commodities, após a pandemia, ajudou a moeda australiana a ganhar valor contra seus pares. Mesmo com a forte queda do minério de ferro, a alta em outras commodities como o carvão e o gás natural, contribuiu para que o Dólar Australiano continuasse subindo contra o Euro, por exemplo.
Observando o gráfico semanal deste par de moedas, é interessante notar a gigantesca alta do Euro no início da pandemia. Contudo, a recuperação da moeda australiana também ocorreu de forma surpreendente.
Como mostrado no gráfico, ao final de fevereiro de 2020 o Euro subiu e acionou um pivô de alta. Devido à pandemia, a volatilidade dos ativos aumentou muito, e surpreendentemente o Euro disparou até o alvo de 500% do pivô que foi acionado.
Obviamente não é comum usar um alvo tão longo, no entanto, é interessante notar como as projeções de Fibonacci se mostram precisas mesmo em situações como esta.
De modo similar ao movimento de alta, o movimento de baixa também se deu de forma bem rápida. Em apenas 7 semanas após o Euro tocar o alvo de 500% do pivô, a moeda europeia voltou à região de preços em que estava antes da pandemia.
O que pode ter motivado essa rápida recuperação da moeda australiana é o fato de que a Austrália foi um dos países menos afetados pela pandemia, tanto em número de infectados, quanto em número de mortes.
De qualquer forma, depois que o par de moedas voltou à região de preços pré-pandemia, ficou por quase três meses trabalhando dentro de um retângulo. Em seguida, o Dólar Australiano mostrou força novamente contra o Euro, levando a um novo movimento de baixa no gráfico deste par de moedas.
Fazendo a projeção dos alvos com base no retângulo, é notado que o ativo caiu até o terceiro alvo, que foi testado por duas vezes e mesmo assim segurou o preço.
Na sequência, foi realizado um movimento de alta, mas a região do retângulo serviu como resistência, levando o ativo a cair novamente. No movimento de baixa, o par de moedas caiu por 6 semanas seguidas até alcançar novamente o fundo anterior.
No entanto, ao chegar no fundo foi formado um padrão de reversão conhecido como “Engolfo de alta”. Este padrão ocorre quando um ativo forma uma barra grande de baixa tocando um fundo e na sequência uma barra grande de alta supera todo o movimento de queda.
No gráfico diário pode ser observado que após o ativo se afastar do fundo, houve uma diminuição de volatilidade. Isto pode dar a entender que se trata apenas de um movimento de recuperação e não de inversão de tendência.
Traçando as retrações de Fibonacci, fica claro que o ativo ainda pode subir mais, provavelmente até alcançar alguma das retrações. Mas o esperado é que a tendência de baixa ainda prevaleça.
Anderson é Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC, mas desde 2015 vem estudando e trabalhando com o mercado financeiro, a partir de 2019 passou também a atuar como educador financeiro ajudando outras pessoas a aprenderem técnicas e estratégias para se conhecerem e tirarem o melhor proveito do mercado. Apaixonado pela leitura, ela já leu centenas de livros relacionados ao mercado financeiro e desenvolvimento pessoal.