O dólar vem apresentando certa volatilidade nos últimos meses e mesmo com uma alta mais acentuada da taxa Selic, a moeda norte-americana não está recuando.
No início do dia USD/BRL estava cotado em R$ 5,64 e terminou o dia a R$ 5,68, valorização de 0,74%.
Com o dólar mais alto, os preços indexados à moeda norte-americana têm a tendência de se valorizar e isso pode gerar ainda mais inflação.
Com a volatilidade do dólar aqui no Brasil, os preços de vários produtos vêm sofrendo. Dentre esses produtos nós temos os combustíveis.
Se não fosse suficiente a alta do próprio petróleo, o dólar também vem ajudando no aumento dos combustíveis.
Só em 2021 o petróleo Brent já se valorizou em mais de 52%, enquanto isso o dólar ganhou mais de 8,5% sobre o real em 2021.
Com toda essa valorização os preços de fretes e dos demais serviços vinculados vêm sendo corrigidos. Desse modo, os produtos e demais áreas que sofrem influência de tais preços, também precisam corrigir os valores para cima. Assim, existe uma inflação de grandes proporções ganhando corpo e força.
Prever a movimentação do dólar é algo bastante complexo, mas olhando o cenário nacional mais o fato de ter eleições no ano que vem, é provável que o dólar fique surfando e alcance valores mais caros.
Agora se o USD/BRL vai alcançar R$ 6,00, por exemplo, isso é muito difícil mensurar. Para o dólar ficar mais caro, as coisas no Brasil precisam piorar.
A piora nas contas públicas, junto de uma eventual queda do PIB, pode influenciar no dólar mais caro.
Querendo ou não, a saída de investidores do Brasil pode contribuir diretamente com a valorização do dólar e com as expectativas negativas.
Por outro lado, um PIB maior e a arrecadação maior, podem contribuir para uma nova interpretação do cenário e para uma eventual entrada de capital estrangeiro no Brasil.
Um país que consegue crescer e prosperar economicamente vai atrair investidores de fora. Por isso, se os negócios crescerem no Brasil, mesmo que haja uma sensação de descontrole nas contas públicas, o investidor estrangeiro vai entrar no Brasil.
O problema fica por conta das expectativas negativas com relação ao PIB. Mesmo mantendo um crescimento na ordem dos 5% em 2021, o PIB para 2022 pode não gerar resultados similares.
Fato que contribui para tomada de decisão de não investir no Brasil. Com relação a alta do juro, a Selic maior até favorece o investimento estrangeiro em solo brasileiro, mas a inflação continua alta.
Portanto, mesmo que o estrangeiro coloque recursos no Brasil, o dinheiro vai perder para a inflação. Quando a Selic alcançar níveis acima do IPCA, aí sim, é provável que o dólar comece a cair e assim, é plausível que o dinheiro externo entre no Brasil.
Oliver é formado em ciências contábeis pela UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí).Além da contabilidade, Oliver se tornou investidor. a primeira experiência no mercado de capitais foi investindo no tesouro direto, comprando uma ltn (letra prefixada). a partir de 2010, Oliver foi ampliando sua carteira e aumentando o conhecimento em investimentos.