Com mais um dia de forte alta no dólar, o juro futuro dispara levando o DI a trabalhar acima dos 11%, região na qual o ativo não trabalhava a mais de 3 anos. Em paralelo, os Bonds americanos também seguem o movimento de alta e alcançam o terceiro alvo da consolidação em que vinha trabalhando.
O Dólar futuro negociado na B3 já vem trabalhando em um canal de alta desde junho. No início de outubro o ativo acionou um pivô de alta no gráfico semanal, o que deu ainda mais força para a continuidade do movimento. Com as incertezas políticas e fiscais desta semana, o dólar alcançou o primeiro alvo do pivô, e hoje, subiu com força novamente, rompendo a máximo anterior.
Apesar da forte alta, o ativo se segurou na linha superior do canal no qual vem trabalhando. Porém, devido ao cenário político, o mais provável é que o ativo supere esta linha e siga rumo aos demais alvos.
É importante destacar que o terceiro alvo do pivô semanal coincide com o topo histórico do ativo. Assim sendo, se o governo não apresentar um cenário mais favorável aos investidores, é possível que vejamos o dólar novamente próximo a região dos R $ 6,00 nas próximas semanas.
O depósito interbancário (DI) se refere a taxa de juros praticadas pelas instituições para a realização de empréstimos entre as mesmas. Estas taxas afetam diretamente o comportamento da taxa básica de juros do país, a SELIC. Ou seja, se os DI estão subindo, existe uma perspectiva de que o Banco Central também eleve um táxon SELIC.
Com a alta do dólar nos últimos dias, o DI 24, usado como referência para o juros futuro, disparou. O ativo superou um retângulo no qual já vinha trabalhando desde o início de setembro e superou o alvo de 100% de um pivô que foi acionado na terça-feira.
Com este comportamento do ativo, é possível que na próxima reunião do Comitê de Política Monetário (COPOM) uma taxa SELIC seja elevada em 1,50%, e não apenas 1% como havia sido programado.
A alta do dólar não foi somente perante o real. A moeda americana se valorizou perante várias moedas, inclusive o Euro. Com isso, outro ativo que fez um forte movimentação de alta foi o tesouro americano de 10 anos.
Com quatro dias de alta nesta semana, o ativo superou o topo anterior e foi em busca do terceiro alvo projetado pelo retângulo no qual vinha trabalhando.
O aumento dos juros do tesouro americano e preocupante, pois acarreta na valorização do dólar e pode frear a alta do S&P 500. Com um cenário como esse, os investidores estrangeiros procuram uma maior margem de segurança para investir em um país como o Brasil. Ou seja, taxas de juros do tesouro maiores, e ações mais baratas.
Anderson é Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC, mas desde 2015 vem estudando e trabalhando com o mercado financeiro, a partir de 2019 passou também a atuar como educador financeiro ajudando outras pessoas a aprenderem técnicas e estratégias para se conhecerem e tirarem o melhor proveito do mercado. Apaixonado pela leitura, ela já leu centenas de livros relacionados ao mercado financeiro e desenvolvimento pessoal.