A atividade econômica do Brasil caiu 0,27% em setembro, de acordo com o índice do Banco Central. Já nos EUA, as vendas do varejo sobem acima do esperado.
O resultado foi na contramão dos índices norte-americanos. O S&P 500 subia 0,58%, o Nasdaq avançava 0,75%, e o Dow Jones variava positivamente 0,42%.
Na agenda econômica estava o recuo da atividade econômica brasileira no mês de setembro e o crescimento do comércio dos EUA.
O Banco Central divulgou hoje pela manhã o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que registrou queda de 0,27% em setembro em relação a agosto, indicando retração de 0,14% no 3º trimestre.
O resultado veio ligeiramente melhor que as estimativas do mercado, que previam uma queda de 0,30%.
O dado é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), mensurado pelo IBGE.
Nesta terça também foi divulgado o Relatório Focus, que normalmente aparece nas segundas-feiras. Mas devido ao feriado de ontem, a pesquisa foi publicada hoje.
Conforme mostrou o Focus, o mercado financeiro elevou novamente a estimativa de inflação e piorou a projeção para o PIB de 2022.
Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa do mercado para este ano subiu de 9,33% para 9,77%. Para 2022, a estimativa de inflação subiu de 4,63% para 4,79%.
O mercado manteve em 9,25% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021 e em 11% ao ano para o fim de 2022.
Para o PIB, a previsão de crescimento deste ano passou de 4,93% para 4,88%. Para 2022, a estimativa de alta foi reduzida de 1% para 0,93%.
Por fim, as projeções para a taxa de câmbio permaneceram em R$ 5,50, tanto para o fim de 2021 quanto 2022.
Enquanto por aqui o pessimismo com a economia continua imperante, nos EUA o tom é de otimismo.
Isso porque os dados das vendas do varejo mostraram a resiliência do consumidor diante do aumento da inflação.
Conforme dados do Departamento de Comércio, a atividade de vendas no varejo em outubro superou as expectativas dos economistas.
As vendas cresceram 1,7% em outubro ante setembro, para US$ 638,2 bilhões. O resultado veio acima da previsão dos analistas consultados pelo Wall Street Journal, que esperavam um avanço de 1,5% no período.
Os dados sólidos e a previsão otimizada sugerem que os americanos até agora não estão desanimados de gastar com o aumento dos preços.
Além disso, também sugere que o Federal Reserve pode estar menos preocupado em atrapalhar a recuperação com aumentos mais rápidos das taxas de juros.
Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.