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É hora de comprar? Ações da Lojas Renner já caíram 54% desde a pandemia

Por :
Tales Rabelo Freitas
Atualizado: Dec 23, 2021, 22:43 UTC

Vários analistas entendem que a forte queda das ações da LREN3 abrem uma boa oportunidade de investimento, com potencial de ganho de cerca de 75% em 2022.

É hora de comprar? Ações da Lojas Renner já caíram 54% desde a pandemia

Se tem um setor que foi fortemente penalizado com a crise da pandemia da Covid-19, com certeza foram as lojas varejistas de moda. 

Devido a política de distanciamento social, com restrições de circulação de pessoas e proibição de eventos, os consumidores foram menos vezes aos comércios e compraram menos roupas nos últimos dois anos.

Entre as vítimas da pandemia, temos a Lojas Renner (LREN3), cujo valor das ações já caiu 54% desde o pico histórico, em janeiro de 2020, quando custavam R$ 54,26. 

Atualmente, as ações da varejista estão custando R$ 24,60.

Pontos negativos da LREN3

No geral, as incertezas quanto a capacidade da gestão de recuperar as margens e o crescimento pré-pandemia seguem como principais justificativas para os preços baixos das ações da Renner.

Entre os fatores precificados nessa forte queda estão:

  • a queda de 48% do lucro líquido dos últimos 12 meses em relação ao ano de 2019;
  • o aumento de 100% da dívida bruta;
  • a queda do ROE (Retorno sobre o patrimônio), de 23,36% em 2019 para 5,98% nos últimos 12 meses;
  • o receio de novas restrições para as lojas devido às chances de uma nova onda de contaminação.

Pontos positivos da LREN3

Apesar dos fatores negativos, as Lojas Renner têm tido relativo sucesso na recuperação das receitas perdidas no ano de 2020.

Durante todo o ano passado, a Renner teve uma receita de R$ 7,5 bilhões, o que representou uma queda de -21,39% em relação a 2019. 

Já nos últimos 12 meses, a receita líquida da empresa aumentou em 29,63% e já ultrapassa os valores pré-pandêmicos em cerca de R$ 200 milhões.

Isso mostra a capacidade da varejista em se adaptar à nova realidade e reconquistar o mercado. 

Vale destacar que essa recuperação não foi um mero resultado da conjuntura econômica, pois o emprego e a renda do brasileiro continuam em baixa.

A empresa tem adotado várias ações para se destacar no mercado e aumentar suas vendas.

Entre as principais medidas foi a compra da loja Repassa, um brechó online com atuação em todo o Brasil.

As aquisições são uma forma importante para buscar o crescimento em outras áreas e também fortalecer a participação no comércio online.

Além da Repassa, outras aquisições devem ocorrer, visto que, em maio, a companhia reforçou seu caixa com uma oferta subsequente de ações que levantou R$ 4 bilhões.

Outro vetor de crescimento possível daqui pra frente são as inovações, com o planejamento de criação de lojas circulares e até mesmo o uso do metaverso para a realização de eventos.

Atualmente a Renner conta com 600 lojas em operação pelo País e vem apostando em conceitos de circularidade e omnicanalidade para seus estabelecimentos. 

A ideia principal da rede é oferecer experiências de compra mais sustentáveis e inovadoras, incorporando princípios da economia circular.

Com tudo isso em conta, várias casas de análises seguem recomendando fortemente a compra do ativo. Vejamos as principais avaliações.

Recomendação do BB Investimentos

O BB Investimentos tem recomendação de compra para as ações da Lojas Renner, com preço-alvo de R$ 43,00. Isso representa um ganho potencial de cerca de 75%.

Segundo os analistas da casa, as justificativas para o investimento se dão pela gradual recuperação do setor de vestuário, evolução do ecossistema de moda e estilo da companhia, e os múltiplos descontados.

“Nossa opção por Lojas Renner para compor a Seleção BB 2022 está calcada na captura de valor com a evolução do seu plano estratégico, continuidade da recuperação gradual do setor de vestuário, múltiplos bastante descontados frente à sua média histórica e capacidade superior da companhia em combinar crescimento com rentabilidade, em comparação aos seus pares de mercado”.

Opinião do banco Santander

Para o banco Santander as ações da LREN3 estão bem descontadas em relação ao preço-justo avaliado pelo time de analistas da casa, que é de R$ 44,00.

A opinião da instituição é que a companhia está à frente de outras varejistas de vestuário, o que fez com que a Lojas Renner seja a única do segmento com recomendação de compra pelos analistas do banco.

O banco vê a Renner seguindo uma execução consistente, com recuperação mais rápida do crescimento das vendas nas mesmas lojas e bom posicionamento em relação a sua estratégia digital.

Avaliação da Ativa Investimentos

Os analistas da Ativa Investimentos reduziram o preço-alvo das ações da LREN3, de R$ 56,30 para R$ 40,90, refletindo as atuais premissas para o cenário macroeconômico do país.

Apesar disso, ainda assim, a corretora enxerga no ativo uma boa oportunidade de investimento devido ao baixo valor que as ações alcançaram. 

A expectativa é que, com a volta ao normal, a empresa consiga rapidamente ter uma performance próxima ao período pré-pandêmico. 

Os resultados do terceiro trimestre corroboram para a crença de que a Lojas Renner consiga se recuperar rapidamente. 

Outro fator que contribui para as projeções otimistas é o fato da companhia estar bem capitalizada para enfrentar as turbulências do mercado.

“Em um momento de pressão no cenário macroeconômico, o fato da companhia estar capitalizada é um fator positivo, além de deixar a Renner em uma boa posição para aproveitar possíveis oportunidades de fusões e aquisições que complementem seu ecossistema”.

Já em relação aos vetores de crescimento, os analistas mencionam o plano de expansão de lojas, com uma orientação de abertura de mais de 100 unidades da marca principal até 2025.

“Também enxergamos a empresa em uma boa posição para capturar o aumento da penetração digital no varejo de moda brasileiro, com a aceleração de iniciativas omnichannel [vendas por múltiplos canais] bem executadas e que vêm ganhando tração, mesmo diante de uma forte base de comparação”, acrescenta.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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