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Economia Asiática: Singapura se destaca e cresce acima do esperado

Por :
Tales Rabelo Freitas
Publicado: Nov 24, 2021, 11:10 UTC

Singapura cresceu 7,1% no terceiro trimestre do ano. Para conter a pressão inflacionária, o Banco Central da cidade-estado foi o primeiro da Ásia a iniciar o aumento dos juros. 

Economia Asiática: Singapura se destaca e cresce acima do esperado

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De acordo com o informado pelo Ministério do Comércio e Indústria, nesta quarta feira (24/11), a economia de Singapura cresceu 7,1% no terceiro trimestre em comparação com o ano anterior.

O resultado foi melhor do que a estimativa oficial de crescimento de 6,5% na comparação ano a ano. Com isso, as previsões oficiais de crescimento econômico anual foram revisadas para cima, de 6% para 7% em 2021.

Embora a cidade-estado não seja grande o suficiente para influenciar a economia da região, o fato vale destaque devido aos desdobramentos no que se refere à tendência de aperto monetário.

A pressão inflacionária vem pressionando o Monetary Authority of Singapore (MAS) a elevar os juros, o que fez com que o Banco Central de Singapura se tornasse o primeiro dos bancos centrais asiáticos a iniciar uma política monetária contracionista. 

O MAS disse que a medida “garantirá a estabilidade de preços no médio prazo, ao mesmo tempo que reconhece os riscos para a recuperação econômica”.

As expectativas em relação aos juros têm influenciado fortemente os mercados, tanto da Ásia quanto do resto do mundo. Hoje, o Nikkei 225, desabou 1,58%, chegando aos 29.302,66 pontos, enquanto o Shangai Composite se manteve estável, com alta de 0,10%, aos 3.592,70 pontos.

Japão e China

Embora a economia da pequena região de Singapura esteja avançando de forma positiva, o mesmo não vem ocorrendo com as principais economias da região Ásia-Pacífico.

O Japão, a terceira maior economia do mundo, encolheu 0,8% no trimestre em relação ao anterior, o Japão teve contração de 0,8% no terceiro trimestre ante o segundo. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda foi de 3%.

Já a China viu o seu PIB do terceiro trimestre de 2021 crescer apenas 4,9% em relação ao mesmo período de 2020, o que representa uma desaceleração em relação aos trimestres anteriores.

Como resultado do baixo crescimento, Japão e China vão do sentido de aumentar os incentivos pelas políticas fiscal e monetária, respectivamente.

No Japão, o governo aprovou na sexta-feira da semana passada (19/11) o terceiro pacote de estímulo econômico desde o início da pandemia.

Este é considerado o maior pacote de estímulo fiscal da história do país, avaliado em 55,7 trilhões de ienes. O valor é referente a cerca de 2,7 trilhões de reais, e mais de 10% do PIB japonês. 

Do lado da China, analistas interpretaram as mudanças do último relatório do Banco Central da China como uma sinalização de possível reorientação da política monetária, no sentido expansionista.

Em outros lugares onde a recuperação econômica também está menos arraigada, mas a inflação está no limite superior ou acima das metas, como na Índia e nas Filipinas, os legisladores provavelmente continuarão a manter as taxas estáveis ​​por vários meses para garantir que a recuperação econômica seja segura.

Enquanto isso, os bancos centrais da Nova Zelândia, Singapura e Coréia do Sul já responderam com uma política monetária mais restritiva, refletindo a melhoria da atividade econômica nestes países.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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