Anúncio
Anúncio

Eleições e mercados: polarização deixa terceira via estagnada

Por :
Tales Rabelo Freitas
Atualizado: Nov 4, 2021, 17:18 UTC

Pesquisa do PoderData (29/09) mostra leve avanço de Lula e Bolsonaro na corrida presidencial de 2022. Polarização pode afetar volatilidade nos mercados.

Bolsonaro e ministros comem pizza em calçada na cidade de

Nesse artigo:

Os dados mostram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança do 1º turno, com 40% das intenções de voto, enquanto Jair Bolsonaro segue em segundo, com 30%.

Em relação ao último levantamento, realizado um mês antes, o petista oscilou 3 pontos percentuais para cima, enquanto o atual presidente aumentou 2 pontos percentuais.

Na sequência, empatados com base na margem de erro, aparecem os seguintes candidatos: 

  • Ciro Gomes (PDT), com 5%; 
  • José Luiz Datena, com 4%; 
  • Henrique Mandetta (DEM) e João Doria (PSDB), ambos com 3%; 
  • Rodrigo Pacheco (DEM), com 2%; 
  • Aldo Rebelo (sem partido) e Alessandro Vieira (Cidadania), com 1% cada um.

Cenários para segundo turno

A pesquisa também simulou possíveis cenários de segundo turno. Em todas, Lula ganharia a eleição. 

Caso a disputa fosse com Bolsonaro, o petista venceria com 53% dos votos, contra 33% do oponente.

Em um cenário sem Lula, Bolsonaro também perderia contra todos os demais candidatos da chamada “terceira via”, embora a diferença seja menor (média de 10 pontos percentuais).

Já se o cenário de disputa do segundo turno fosse entre Lula e algum dos nomes da terceira via, a vitória do ex-presidente também estaria garantida, inclusive com margem maior do que a disputa com Bolsonaro.

Lula ganharia por 53% a 15% contra Dória e Leite, ambos do PSDB.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData (instituto de pesquisa do jornal Poder360). Os dados foram coletados por meio de ligações para telefones celulares e fixos. Ao todo, foram feitas 2.500 entrevistas em 451 municípios, nas 27 unidades da Federação, de 27 a 29 de setembro de 2021.

Polarização pode afetar volatilidade nos mercados em 2022

A cada pesquisa feita fica claro que o embate de 2022 será entre Bolsonaro e Lula. 

Embora os nomes da chamada terceira via consigam desbancar o atual presidente em uma hipotética disputa de segundo turno, ainda assim precisam vencer Lula para avançar.

Atualmente, esta situação não agrada ao mercado, visto que tanto Bolsonaro quanto Lula colocam em risco agendas importantes como a manutenção do teto de gastos públicos e as reformas.

Embora Bolsonaro tenha como trunfo o ministro Paulo Guedes, é notório que sua agenda não avançou conforme se esperava. Os embates políticos do governo dispersaram as atenções e esforços para a aprovação das reformas administrativa, tributária e trabalhista.

Além disso, a tentativa de flexibilização do teto de gastos tem sido um dos fatores causadores da incerteza no mercado.

Com o fracasso da terceira na corrida eleitoral, analistas já preveem um cenário de fortes turbulências nos mercados para o ano que vem, o que deverá gerar pressões nos juros e câmbio.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

Você achou esse artigo útil?

Anúncio