A penúltima reunião do COPOM ocorre dia 26 de outubro e as expectativas são altas. Com os últimos acontecimentos no front fiscal, há sim uma expectativa de alta acima do 1% na Selic.
Se isso acontecer, a possibilidade de ter uma Selic a 9% ainda em 2021. E grande possibilidade de taxa de juro em dois dígitos para 2022.
Tudo depende do PIB
Para que as expectativas econômicas, fiscais e financeiras do Brasil melhorem, o PIB precisa vir acima do esperado e se manter em alto nível em 2022.
Como o governo federal já mandou o recado que vai gastar mais, o PIB precisa vir alto para compensar um endividamento maior.
Se o PIB aumentar acima do esperado, é provável que a arrecadação venha ainda mais alta. Esse choque pode amortizar os impactos do aumento de despesas e neutralizar as expectativas negativas.
Portanto, tudo vai depender do PIB. Se o PIB continuar caindo aos poucos, com menor arrecadação, aí o cenário fica complicado.
A turbulência não vem só da dívida por si, mas dos efeitos nocivos do juro alto. Com a alta do juro e a queda da inflação (caso ela ceda), os encargos com a dívida vão ganhar terreno no orçamento federal e vai comprometer a possibilidade de investimento.
Sendo que o investimento hoje já é bem comprometido. Em uma situação assim, o único cenário benéfico para a federação é manter a inflação alta e conseguir “ganhar” com a desvalorização da moeda.
É claro que isso só será bom para a federação. A população vai sofrer bastante, uma vez que a inflação descontrolada vai reduzir o poder de compra da população.
Considerando todos os cenários possíveis, fica claro que a única saída no momento, é que o PIB venha acima da média.
O que o investidor pode fazer?
Existem algumas coisas que devem entrar no radar do investidor agora e sempre. A primeira é considerar investimentos dolarizados, ou seja, que sofrem com a volatilidade do dólar.
Dentre esses ativos existem os ETFs, como é o caso de IVVB11 (o fundo indexado ao S&P 500 vem se valorizando em mais de 32% só em 2021) e dos fundos cambiais investidos em dólares.
Ambos os investimentos são interessantes. Uma posição pequena em ambos os investimentos pode ser uma ótima solução para proteger a carteira. Lembrando que só em 2021, o USD/BRL vem se valorizando mais de 8,8%.
Segundo; como a taxa de juro está em fase ascendente, o negócio é comprar títulos com liquidez e atrelados ao CDI ou à Selic.
O Tesouro Selic e o CDB dos grandes bancos são boas alternativas. Bancos menores também são interessantes, mas aí, é bom ficar de olho para não manter uma posição muito alta em bancos menores. Mesmo com o FGC, os riscos existem.
Oliver é formado em ciências contábeis pela UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí).Além da contabilidade, Oliver se tornou investidor. a primeira experiência no mercado de capitais foi investindo no tesouro direto, comprando uma ltn (letra prefixada). a partir de 2010, Oliver foi ampliando sua carteira e aumentando o conhecimento em investimentos.