Moeda digital avança na China e já é usada por 140 milhões de pessoas

De acordo com Mu Changchun, diretor do Instituto de Moeda Digital do Banco Popular da China (PBoC), o número de contas individuais em yuans digitais atingiu 140 milhões, enquanto as empresas criaram outros 10 milhões de contas.

Ao todo, as pessoas movimentaram um volume de 62 bilhões de yuans (US$ 9,7 bilhões) usando carteiras e-CNY em outubro de 2021, relata a Reuters.

Em termos percentuais, o e-CNY teve um aumento de 3.000% no volume de transações em 12 meses.

Isso ocorreu devido a aceitação de uma ampla gama de comerciantes de serviços públicos, serviços de alimentação e transporte a varejo e serviços governamentais, que aderiram a moeda digital chinesa como meio de pagamento. 

Até o momento, cerca de 1,55 milhão de estabelecimentos já aceitam pagamentos em yuan digital.

Embora a data oficial de lançamento da moeda digital (também conhecida como e-CNY) ainda não esteja definida, a China continuou a expandir o lançamento de novos testes para várias outras regiões. 

Diversos projetos piloto da moeda digital foram testados no país, como no distrito de Xiong’an e na cidade de Shenzen.

A experiência deve ser expandida no próximo ano, em eventos como as Olimpíadas de Inverno, em Pequim. Na ocasião, é esperado que visitantes estrangeiros poderão acessar e testar a moeda digital chinesa sem precisar abrir uma conta em bancos locais.

O que é o Yuan Digital?

O yuan digital, também conhecido como renminbi digital ou e-CNY, é uma versão digital do dinheiro físico do país asiático, emitido pelo Banco Popular da China (PBoC).

O pagamento interbancário utilizando e-CNY tem taxa zero é uma forma de método de pagamento rápido, prático e eficiente.

A China está procurando substituir completamente os pagamentos em dinheiro pelo yuan digital. Para isso, o país tem continuado seus extensos testes nas principais cidades desde abril de 2020. 

O Yuan Digital é controlado, rastreado e registrado em aplicativos de smartphone pelo governo chinês.

O projeto chinês é considerado o projeto de moeda digital de banco central mais avançado no mundo. 

É inclusive reconhecido por importantes instituições do mercado financeiro, como a agência de classificação de risco Moody’s. Em relatório divulgado em agosto, a agência afirmou que a tecnologia deverá ajudar bancos a recuperarem terreno perdido para as fintechs.

“Esperamos a adoção do e-CNY para ajudar a reforçar a posição dos bancos no sistema de pagamentos, pois aumentará sua capacidade de coleta de dados e ampliará suas bases de usuários”, disse a Moody’s no relatório.

Enquanto isso, no Brasil

No Brasil, o Banco Central segue em discussões sobre o projeto Real Digital. Esta seria mais uma etapa da nova era de pagamentos que se iniciou através do Pix.

Porém, a instituição já revelou que quer ir além e estuda integrar ao projeto soluções do setor de finanças descentralizadas (DeFi).

A expectativa é que a primeira amostra do conceito do Real Digital seja apresentada em 2022.