Dados econômicos robustos dos EUA dão pistas de possível intensificação do ritmo de redução do estímulo monetário por parte do Federal Reserve.
Nesta quarta-feira (24/11), tanto as bolsas dos EUA quanto o ouro permaneceram estáveis com os investidores olhando os dados de atividade econômica e inflação.
A pressão inflacionária tem acendido o sinal de alerta sobre a possibilidade do Federal Reserva (Fed) aumentar os juros antes do esperado.
As últimas informações vêm mostrando a inflação norte-americana insistentemente alta, com dados vindo acima do esperado.
O índice de preços ao consumidor (IPC) saltou 0,9% no mês passado, depois de subir 0,4% em setembro. Com esse aumento dos preços em outubro, a taxa anual do IPC ficou em 6,2%, sendo o maior aumento de preços ano a ano desde novembro de 1990.
O que vem segurando o Fed em uma empreitada de aumentar os juros é a insegurança da instituição quanto à recuperação da atividade econômica.
Porém, os dados recentes vêm mostrando que o aperto monetário, via aumento de juros, poderá estar próximo.
Hoje, os dados de auxílio-desemprego alimentaram novamente a tese de que a economia dos EUA vem se recuperando bem. Os dados vieram consistentes com outros já divulgados, como as vendas do varejo e produção industrial.
O número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu para o seu menor patamar desde 1969 na semana passada.
Conforme informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego, referentes à semana encerrada no dia 20/11, recuaram em 71.000, para 199.000 em dado ajustado sazonalmente.
Os dados vieram bem melhor do que o projetado por economistas de mercado, que esperavam 260.000 pedidos na semana passada.
As solicitações têm diminuído desde outubro, embora o ritmo de redução tenha recuado nas últimas semanas, à medida que os pedidos se aproximam da média pré-pandemia de cerca de 220.000.
A queda nas solicitações reforça com os dados de vendas no varejo e produção industrial nos EUA.
Em conjunto, sugerem que a economia está retomando fôlego no quarto trimestre após uma desaceleração no período de julho a setembro, quando os casos de Covid-19 explodiram durante o verão no Hemisfério Norte e a escassez se tornou mais generalizada.
Com as expectativas de intensificação da retirada dos estímulos monetários no radar, tivemos cotações estáveis para as bolsas de valores e o ouro.
O S&P 500 subia 0,11%, até às 17h, aos 4.696,02 pontos. O Dow Jones caía 0,13%, aos 35.767,75 pontos.
Já o ouro subia 0,08%, cotado a US$ 1.785,15 por onça.
Aqui no Brasil, o Ibovespa subia 0,74%, após ter aberto em queda no dia. Com isso, o índice brasileiro alcançava os 104.474 pontos.
Por fim, o dólar terminou o dia em alta de 0,43%, cotado a RS 5,59, mantendo tendência de alta dos últimos dias.
Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.