A queda das ações da Nvidia no mês abre uma nova janela para investimento em uma das empresas mais promissoras no setor de tecnologia, com oportunidades visando o metaverso.
A Nvidia (NVDC34) é uma fabricante de peças de computador popularmente conhecida pelas suas placas de vídeo GeForce.
Fundada em 1993, na Califórnia, EUA, a empresa teve recentemente uma ascensão meteórica na bolsa e já se encontra negociada com valor de mercado rondando os US$ 700 bilhões.
Esse crescimento se deve, em parte, pelas expectativas dos agentes sobre as potencialidades em torno do metaverso.
O metaverso é um ambiente virtual, cujo objetivo é construir uma experiência digital onde várias pessoas possam interagir em um ambiente 3D.
Várias marcas e empresas já estão procurando criar ambientes envolventes onde as pessoas possam trabalhar e se divertir.
Este é o caso do Roblox, Journee, Facebook, que atualmente mudou seu nome para Meta, em referência ao projeto de metaverso da companhia, além da própria Nvidia.
Uma das maneiras pelas quais as empresas estão planejando usar o metaverso é para contratação e gestão de pessoas.
A Nvidia anunciou no dia 09 de novembro o lançamento da sua plataforma tecnológica para criação de avatares interativos baseados em inteligência artificial, chamado de “Omniverse Avatar”.
Essa tecnologia pretende entregar um ambiente totalmente virtual no qual as pessoas podem criar personagens altamente detalhados, com gráficos 3D e Ray Tracing. com os quais poderão interagir com os avatares de outras pessoas de várias formas distintas.
Diante disso, vários analistas têm recomendado o investimento em ações da Nvidia para quem pretende se expor às oportunidades que deverão ser abertas com o avanço do metaverso.
Vale destacar que a companhia também se encontra bem posicionada para explorar os mercados de games e criptoativos.
No Brasil, é possível investir na Nvidia a partir do seu BDR (Brazilian Depositary Receipt), que é negociado com o ticker NVDC34.
O momento da Nvidia é bastante positivo quando observamos as opiniões dos analistas.
De acordo com as estimativas do consenso de mercado levantadas pela Bloomberg, o preço justo dos BDR’s estão na média de R$40,00, o que indica um potencial de ganho de cerca de 20% em relação ao preço atual (do dia 20/12).
Ainda conforme o consenso da Bloomberg, a companhia deverá faturar US$27 bilhões em 2022. Esse valor é um aumento de 62% sobre a receita esperada para 2021 e 168% em relação a 2019.
Essas estimativas podem, inclusive, melhorar bastante caso a companhia mostre resultados ainda mais promissores em seus lançamentos e inovações.
Os analistas do BTG Pactual acreditam que os próximos anos serão transformacionais na indústria de tecnologia, em especial para aquelas que trabalham com realidade virtual e realidade aumentada.
Entre todos os BDRs que a equipe de analistas do BTG tem acompanhado, o da Nvidia é o que está mais bem posicionado para este novo mundo.
Para o banco de investimentos, o Omniverse da Nvidia terá várias aplicações possíveis para o entretenimento, indústria e mercado de trabalho.
“Com ele, é possível replicar espaços físicos em alta resolução e compartilhar projetos, ideias, fazer simulações industriais, protótipos, e até criar avatares: versões digitais de pessoas em modelos pré-treinados por softwares de inteligência artificial, e que conseguem realizar conversas autônomas”, afirmou o BTG em nota.
Outro fator que contribuiu para a forte valorização das ações da Nvidia foi a expectativa de aquisição da fornecedora britânica de tecnologia de chips Arm Holdings, pelo valor de 80 bilhões de dólares.
Porém, isso provavelmente não irá acontecer. No início do mês (02/12), a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) entrou com uma ação para bloquear o negócio, que enfrenta um escrutínio regulatório global.
Desde então as BDRs da Nvidia caíram cerca de 20%, visto que este era um dos vetores de crescimento de suma importância.
O acordo daria à Nvidia o controle sobre a tecnologia de computação e os designs dos quais os concorrentes dependem para desenvolver seus chips.
Entretanto, analistas acreditam que a falha na compra da Arm não atrapalha as perspectivas positivas para a Nvidia, pois o dinheiro economizado na aquisição pode ser usado para investimento direto.
“Ter a Arm seria muito bom, mas se eles não conseguirem, eles economizarão o preço de compra. Acreditamos que a empresa ficará bem de qualquer maneira”, disse Stacy Rasgon, analista da Bernstein.
“Mesmo que a Nvidia não conclua sua aquisição da Arm, a demanda por Inteligência Artificial continua a acelerar”, disse Ivan Feinseth, da Tigress Financial Partners.
Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.