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Ouro avança com dados ruins de emprego nos EUA

Por :
Tales Rabelo Freitas
Publicado: Dec 3, 2021, 19:48 UTC

A baixa criação de empregos em novembro atiçaram as expectativas dos agentes de mercado, que analisam como menores as chances de aperto monetário por parte do Fed.

Ouro avança com dados ruins de emprego nos EUA

Nesse artigo:

Os preços do ouro subiram nesta sexta-feira (03/12), com o mercado tentando avaliar o impacto potencial de um fraco relatório de empregos dos EUA sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed), uma vez que a nova variante do coronavírus continua gerando incerteza na economia.

O ouro já estava se mantendo estável à frente do relatório de empregos e, desde então, aumentou sua reação inicial aos números de emprego mais fracos do que o esperado.

Já o dólar americano, à princípio, enfraqueceu após a divulgação dos dados, antes de se firmar novamente, tornando a commodity metálica mais cara para os detentores de outras moedas.

Com isso, o ouro à vista subiu 0,8% para US$ 1.783,03/onça às 16h30, evitando o que teria sido uma terceira perda semanal consecutiva. Os contratos futuros de ouro dos EUA subiram 1,22%, sendo negociados a $ 1.784,20/onça em Nova York.

Já o dólar se valorizava frente ao real, com a cotação subindo 0,50%, a R$ 5,6750.

Criação de empregos nos EUA

O Bureau of Labor Statistics informou hoje que 210.000 empregos foram criados durante o mês de novembro.

O valor foi bem abaixo das projeções feitas por economistas de mercado, que esperavam a criação de 535.000 empregos.

O número mostrou uma aceleração dos números revisados de outubro, quando foram criadas 546 mil vagas – inicialmente o dado era de 531 mil conforme divulgado em novembro.

A taxa de desemprego caiu para 4,2% da força de trabalho, abaixo dos 4,6% de outubro. Os analistas esperavam uma taxa de 4,5%.

Já o salário médio por hora no mês passado teve uma alta anual de 4,8%, abaixo da projeção de 5% do mercado, mas igual aos 4,8% do mês anterior.

Expectativas de reação do Fed

Os dados fracos de emprego e renda geraram uma incerteza adicional sobre o que esperar da decisão do Fed referente à sua política monetária.

Até o momento, o banco central norte-americano vem gerando estímulos com compras de ativos para promover a queda dos juros e o aumento da liquidez na economia.

Com a inflação persistente, as expectativas dos agentes de mercado eram de que o Fed iria acelerar o ritmo de retirada destes estímulos e, até o meio de 2022, começar a aumentar os juros.

Porém, se a economia mostrar sinais de que ainda não se recuperou da crise da pandemia, o Fed poderá recuar na sua decisão de aperto monetário e manter os estímulos por mais algum tempo.

O ouro é tradicionalmente visto como uma proteção contra o aumento dos níveis de preços, porém, o aumento dos juros é negativo para o metal, que não tem rendimentos.

Diante disso, o salto do ouro no dia de hoje sugeriu que o mercado começa a trabalhar com a suspeita de que o Fed manterá a precaução na próxima reunião do Fomc (Comitê de política monetária dos Fed), que acontece nos dias 14 e 15 de dezembro.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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