Analisar o gráfico e reconhecer as principais figuras é, sem dúvida, uma qualidade que pode ser muito lucrativa. Então se você quer conhecer as principais figuras e principalmente as que são mais simples e lucrativas, continue lendo.
Geralmente quando um ativo entra em tendência lateral, é possível observar a formação de uma figura ao ser traçada uma linha unindo os topos e outra linha unindo os fundos. O rompimento destas figuras com frequência leva a um movimento direcional. Isto oferece uma oportunidade de realizar operações após o rompimento, visto que algumas destas figuras apresentam uma taxa de acerto muito interessante.
Neste artigo serão apresentadas algumas das figuras mais fáceis de serem identificadas e que apresentam uma ótima assertividade.
O retângulo é uma das melhores figuras para representar uma região de consolidação. Ele consiste em traçar duas linhas paralelas na horizontal que englobam vários topos e fundos.
Por se tratar de um padrão formado por linhas horizontais, o desenho do retângulo se torna mais simples e objetivo. Ao identificar uma consolidação, deve ser traçada a linha que une a região de topos e a linha que une a região de fundos.
O gráfico acima mostra uma consolidação larga, que ocorre quando o ativo precisa de várias barras para oscilar entre o suporte e a resistência. Neste tipo de retângulo é interessante traçar as linhas horizontais em locais que englobam vários fundos e topos.
A operação mais simples se dá quando o ativo forma um pivô de rompimento, conforme mostrado pelas setas amarelas. No artigo “Operando um dos setups mais lucrativos da análise técnica.” foi apresentado como deve ser feita a operação deste tipo de pivô.
Existem ainda os retângulos estreitos, que ocorrem quando o ativo consegue em 3, ou no máximo 4 barras, oscilar entre o suporte e a resistência. Neste tipo de retângulo, porém, é preferível que todas as barras estejam dentro da figura. No caso de rompimento com uma barra de força, a violação desta barra aciona o gatilho da operação.
Este tipo de retângulo é muito interessante, principalmente quando as barras ficam cada vez menores e então uma barra grande realiza o rompimento.
Outra figura fácil de ser identificada e que apresenta uma ótima taxa de sucesso é a bandeira. Existem basicamente dois tipos de bandeira, a comum e a conhecida como Mastro e Bandeira.
O mastro e bandeira é mais fácil de ser observado no gráfico diário. Essa figura ocorre quando o ativo faz um grande movimento direcional e na sequência forma um canal inclinado contra-tendência.
A seta branca indica o “Mastro” e o canal a “Bandeira”. Quando ocorre o rompimento da bandeira é acionado o gatilho da operação e o alvo se dá de acordo com o tamanho do mastro. A seta verde é do mesmo tamanho e inclinação da seta branca, conforme mostrado, ela indica o alvo da operação.
Na figura da bandeira comum, não é necessário que exista o mastro. Esta figura ocorre quando o ativo faz um movimento de impulso e se afasta da média móvel, realizando na sequência um movimento de correção até a média.
Conforme mostrado, após perder a média móvel de 20 períodos, o ativo formou um pequeno canal e corrigiu até a média. Na sequência a bandeira foi perdida e o ativo deu continuidade ao movimento de baixa.
A bandeira é um padrão de continuidade de tendência. Desta forma, para uma taxa de sucesso mais elevada, é importante que a média móvel seja respeitada. No artigo “Uso das médias móveis no Price Action.” é apresentado como as médias contribuem na assertividade das operações
O “Ombro Cabeça Ombro” e o “Ombro Cabeça Ombro Invertido” são padrões de inversão de tendência.
O “OCO” ocorre quando é observada a formação de 3 topos próximos, sendo o do meio o maior deles. Contudo, como se trata de um padrão de inversão de tendência, é preciso identificar essa figura em uma região de resistência.
Conforme mostrado, o ativo subiu até a resistência, indicada pela linha tracejada, e formou o padrão. Quando a linha de pescoço é perdida o padrão é acionado.
O “OCOI”, de forma similar, ocorre quando se observa a formação de 3 fundos próximos, sendo o do meio o menor.
Como observado, o ativo estava caindo, chegou em um suporte e formou o padrão. Após a figura ser acionada foi realizado um movimento de alta.
No entanto, apesar de serem figuras muito interessantes, as mesmas poderiam ser consideradas simplesmente como pivôs. Enquanto o “OCO” se trata de um pivô de baixa, o “OCOI” corresponde a um pivô de alta.
O topo duplo é uma figura formada por dois topos em uma mesma região de preços. Também se trata de um padrão de inversão, assim, para maior taxa de sucesso, é importante que o padrão ocorra em uma região de resistência.
A figura é muito fácil de ser observada, pois após ser formado o segundo topo, basta traçar uma linha horizontal no fundo formado entre os dois topos. Quando este fundo é perdido, o padrão é acionado.
O fundo duplo também é uma figura simples. Basta identificar dois fundos que estejam em um mesmo nível de preços. O padrão é acionado quando o topo formado entre os dois fundos é superado. É interessante realizar esse tipo de operação quando identificado em uma região de suporte.
Para este tipo de figura, uma forma de definir o alvo é traçar as projeções de Fibonacci. No artigo “Retrações e projeções de Fibonacci.” é apresentado como definir os alvos traçando as projeções.
O triângulo é uma figura um pouco mais difícil de ser operada, pois ao traçar as linhas de suporte e resistência, o preço está sendo “prensado” e inevitavelmente vai romper para um dos lados.
Conforme mostrado, o ativo começou a fazer topos cada vez mais baixos e fundos cada vez mais altos. Assim, foi possível desenhar um triângulo ao traçar as linhas de suporte e resistência.
No entanto, o preço foi sendo prensado pelas linhas até que estourou para cima, o que acionaria a compra. Na sequência o ativo voltou para dentro do triângulo, mas bateu no suporte e acabou subindo, tornando a operação vencedora.
Além do triângulo simétrico, ou quase simétrico, conforme mostrado acima, existem ainda os triângulos ascendentes e descendentes.
O triângulo descendente ocorre quando a linha de suporte é traçada na horizontal e a resistência é inclinada para baixo.
Uma vez que os topos dentro do triângulo ficam cada vez menores, este é considerado um padrão baixista.
O alvo do triângulo pode ser a altura da base, ou ainda podem ser traçadas as projeções de Fibonacci.
O triângulo ascendente, de forma similar mas contrária, é um padrão altista. Nesta figura é a linha de resistência que fica na horizontal, enquanto o suporte fica inclinado para cima.
Em certos momentos, é possível observar esses padrões sendo rompidos na direção contrária. Por exemplo, um triângulo descendente sendo rompido para cima. Quando isso acontece, também é possível realizar a operação, porém, a assertividade diminuiu.
Outra figura muito interessante é a cunha. Existem as cunhas ascendentes e as cunhas descendentes. A diferença entre esta figura e o triângulo, é que na cunha as duas linhas apontam para a mesma direção, porém com inclinações diferentes.
Desta forma, na cunha ascendente tanto a linha de suporte quanto a resistência estão inclinadas para cima. Porém, é preciso destacar que a cunha ascendente é um padrão baixista. Deste modo, quando o padrão é formado, deve-se buscar por vendas quando a figura for rompido para baixo.
Conforme mostrado, o ativo formou uma grande cunha ascendente que foi rompida para baixo. O alvo dessa operação é a distância entre o suporte e a resistência no início da figura.
A cunha descendente apresenta as linhas de suporte e resistência apontadas para baixo. Mas este se trata de um padrão altista.
Conforme mostrado, o ativo formou uma cunha descendente e rompeu para cima com uma barra de força compradora. Na sequência foi realizado um forte movimento de alta, chegando a alcançar até o terceiro alvo.
Espero que este artigo tenha contribuído para o seu aprendizado. As figuras constituem uma ótima ferramenta da análise técnica e sempre que aparecem podem dar boas oportunidades.
Caso queira continuar aprendendo sobre a análise técnica, continue acompanhando a FX Empire. A cada semana, novos artigos educacionais como este serão publicados.
Anderson é Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC, mas desde 2015 vem estudando e trabalhando com o mercado financeiro, a partir de 2019 passou também a atuar como educador financeiro ajudando outras pessoas a aprenderem técnicas e estratégias para se conhecerem e tirarem o melhor proveito do mercado. Apaixonado pela leitura, ela já leu centenas de livros relacionados ao mercado financeiro e desenvolvimento pessoal.