O câmbio se aproxima da resistência dos R$ 5,70. Patamar poderá ser ultrapassado a depender dos resultados de eventos importantes, como a reunião do Copom.
O dólar operou com leve alta nesta segunda-feira (06/12), com investidores reagindo a uma semana cheia de eventos importantes.
A moeda norte-americana subia 0,71% até às 16h49, cotada a R$ 5,6925 e se aproximando da área de resistência, por volta dos R$ 5,70.
Um possível rompimento da resistência poderá indicar uma trajetória de alta até a próxima zona de resistência, localizada aos R$ 5,88.
Eventos importantes deverão impactar o ânimo dos investidores ao longo da semana e determinar se o patamar atual de preços será ou não rompido.
Na quarta-feira (08/12) sairá a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM). A princípio, é esperado que o BC mantenha a decisão anterior de elevar a Selic em 150 pontos-base.
Também na quarta-feira (08/12), teremos o relatório de empregos Jolts dos Estados Unidos que trará novos dados sobre o panorama de emprego no país.
Na quinta-feira (09/12), serão apresentados os pedidos de auxílio-desemprego. Na sexta-feira (10/12) será a vez dos dados de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) e ao produtor (PPI) na sexta-feira.
Por fim, as novas informações sobre a variante ômicron também estão no radar do mercado. Qualquer indicativo sobre sua gravidade deve impactar fortemente os mercados, tanto para cima quanto para baixo.
Caso os eventos citados surpreendam os investidores, com decisões e dados diferentes das expectativas, poderemos ver forte oscilação na taxa de câmbio.
Como já é de conhecimento do investidor, segunda-feira é dia de divulgação do relatório Focus pelo BC. O relatório mostra as expectativas dos analistas das instituições financeiras para os principais indicadores da economia, como inflação, juros, PIB e câmbio.
No relatório de hoje, as projeções mudaram em relação à semana anterior, porém em magnitude menor do que a dos relatórios passados, o que pode indicar uma estabilização das expectativas.
A projeção do mercado para a inflação de 2021 subiu de 10,15% para 10,18%. Para 2022, subiu de 5% para 5,02%.
Para o crescimento do PIB a variação foi de baixa, que passou de 4,78% para 4,71%. Para 2022, o mercado reduziu a previsão de alta do PIB de 0,58% para 0,51%.
Para a Selic, a estimativa foi mantida em 9,25% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021. Para o fim de 2022, os economistas mantiveram a expectativa para a taxa Selic de 11,25% ao ano.
Já para o dólar, a projeção subiu de R$ 5,50 para R$ 5,56 para o fim de 2021 e de R$ 5,50 para R$ 5,55 para o fim de 2022.
Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.