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Saiba quais os eventos da semana deverão agitar os mercados

Por :
Tales Rabelo Freitas
Publicado: Dec 6, 2021, 12:51 GMT+00:00

As atenções dos investidores se voltam para os dados de inflação e decisões dos Bancos Centrais sobre juros e política monetária. Informações sobre a variante ômicron também seguem no radar.

Saiba quais os eventos da semana deverão agitar os mercados

O avanço dos preços ao consumidor é motivo de preocupação por parte dos dirigentes dos Bancos Centrais dos quatro cantos do mundo. As expectativas dos investidores é que isso pode culminar em um avanço dos juros antes do esperado. 

No Brasil, a Selic deve subir 1,50 pontos percentuais na próxima reunião do Copom na quarta-feira e chegar à casa de 9,25%.

Porém, há projeções que já esperam os juros básicos da economia acima de 10% até o final de 2021. Na sexta-feira, o IPCA de novembro deve dar o tom dos negócios. 

Já nos Estados Unidos, o mercado está de olho nos dados do payroll e do relatório Jolts de emprego e de auxílio-desemprego desta semana. Estes dados devem direcionar os rumos da política monetária do Fed nas próximas reuniões.

Os dados inflacionários dos EUA, medidos pelo CPI, também devem movimentar o último pregão da semana.

Outro fator que deverá movimentar bem os mercados são as notícias sobre a nova variante da Covid-19, chamada de ômicron. 

O receio é que uma nova onda de contaminação abra margem para a retomada das políticas de restrição de viagens e comércio no mundo, o que derrubaria fortemente a atividade econômica global que ainda não se recuperou do baque inicial da pandemia.

Selic e IPCA

Na quarta-feira (08/12) sairá a decisão de política monetária do Banco Central. A princípio, é esperado que o BC mantenha a decisão anterior de elevar a Selic em 150 pontos-base.

Porém, há expectativas que sugerem que o avanço da inflação pode alterar este rumo e levar o BC a subir a taxa de juros acima dos 1,50% esperados pelo mercado.

Por outro lado, os dados mais fracos do PIB podem aliviar as pressões inflacionárias do lado da demanda.

Já na sexta-feira (10/12), o IBGE divulgará o IPCA de novembro, que deve trazer um novo avanço, pressionado pelos combustíveis e energia elétrica.

Dados dos EUA

Também na quarta-feira (08/12), teremos o relatório de empregos Jolts dos Estados Unidos que trará novos dados sobre o panorama de emprego no país. 

Em seguida, na quinta-feira (09/12), serão apresentados os pedidos de auxílio-desemprego.

E para finalizar a semana, na sexta-feira (10/12) será a vez dos dados de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) e ao produtor (PPI) na sexta-feira.

Esses dados são importantes pois servem de indicativos para o mercado calcular o que deve ser esperado pelo Fed na sua última reunião do ano, em 14 e 15 de dezembro.

Os EUA já enfrentam a maior inflação em 30 anos, porém, os dados de produção e emprego também estão no radar da autoridade monetária, que afirmou no início da pandemia que só voltaria a subir os juros após a atividade econômica retomar ao seu nível normal..

Jerome Powell, presidente do BC americano, já assumiu o caráter não temporário da alta de preços, o que chama ainda mais a atenção para qualquer dado inflacionário dos EUA. 

No geral, é esperado que o Fed eleve os juros no primeiro semestre de 2022, o que pode acontecer até mesmo antes, dependendo dos próximos dados de inflação e emprego.

Covid-19 e sua nova variante

Por fim, o investidor deve ficar de olho nas novas informações sobre a variante ômicron. Qualquer indicativo sobre sua gravidade deve impactar fortemente os mercados, tanto para cima quanto para baixo.

Os novos dados indicam que as infecções pela cepa mais recente do coronavírus causam quadros leves e pouco graves, como informou  Anthony Fauci, infectologista e conselheiro da Casa Branca. 

A informação deu espaço para as bolsas iniciarem a semana em terreno positivo, mas os próximos dias devem ser agitados para os investidores.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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