A China continuará a aumentar a supervisão dos mercados futuros e à vista para conter a especulação excessiva.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (National Development and Reform Commission – NDRC) disse que fará o possível para garantir a estabilidade do fornecimento e dos preços das commodities a granel.
Conforme afirmou Jiang Yi, vice-diretor do Departamento de Reforma do Sistema da NDRC, o NDRC continuará a trabalhar com os departamentos relevantes para fortalecer o monitoramento e análise dos preços das commodities a granel.
Com isso, o órgão pretende agir em várias frentes para controlar a oscilação dos preços das principais commodities industriais.
Entre as ações estão: organizar ofertas subsequentes de reservas nacionais, tomar várias medidas para aumentar a oferta do mercado, continuar a aumentar a supervisão dos futuros e à vista mercado, conter a especulação excessiva e manter uma ordem normal de mercado.
Acredita-se que com a implementação de uma série de medidas para garantir o abastecimento e estabilizar os preços, o efeito da política aparecerá gradativamente e a pressão operacional das empresas será gradativamente reduzida.
As commodities industriais, como o cobre e o minério de ferro, vem caindo diante do risco dos altos custos da energia para o crescimento global e o receio quanto ao crescimento futuro da economia chinesa.
A preocupação com o impacto inflacionário decorrente dos maiores preços das commodities aumentou nos últimos dias.
Com isso, o cobre mostrava queda de 2% na Bolsa de Metais de Londres, para US$ 9.981 a tonelada, enquanto o alumínio perdia 0,4%.
Já os contratos futuros de minério de ferro em Singapura seguem caindo cerca de 6,3%.
As perdas dão continuidade a um mês tumultuado para os preços dos metais, que atingiram recorde na semana passada.
Porém, devido aos efeitos da crise de energia global, a elevação dos custos fez com que as fundições implementassem cortes na produção e, consequentemente, reduzissem a demanda por matérias-primas.
Soma-se a isso, os problemas envolvendo a Evergrande. A incorporadora chinesa informou nesta quarta-feira que as negociações para vender uma participação em sua unidade de administração de imóveis fracassaram.
Na ocasião, a Evergrande afirmou que continuará adotando medidas para aliviar os problemas de liquidez, mas advertiu que “não há garantias de que o grupo consiga cumprir suas obrigações financeiras”.
A crise prolongada se tornou um risco para a economia chinesa e soa o alerta sobre um contágio financeiro. O setor imobiliário responde por cerca de 30% da demanda por aço no país.
Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.