Para 2022, Goldman Sachs reduz expectativa para PIB de 2022 a alta de 0,8%, enquanto Credit Suisse projeta recessão de 0,5%.
As expectativas para o crescimento da economia brasileira estão piores a cada dia. Os relatórios mais recentes do Goldman Sachs e do Credit Suisse vieram para incrementar o tom pessimista do mercado.
Ambos cortaram as estimativas para o PIB do Brasil no ano que vem. Enquanto o Goldman Sachs espera um crescimento de 0,8% (ante previsão de 1,5%), o Credit Suisse antevê uma recessão de 0,5% (antes o esperado era um crescimento de 0,6%.
O cenário de piora é compartilhado pelo mercado em geral. No relatório Focus desta semana, divulgado pelo Banco Central (BC), o crescimento do PIB previsto pelas instituições financeiras para 2022 é de 1%.
Há uma semana, as expectativas giravam em torno de um crescimento de 1,20%, e 1,54% há quatro semanas atrás.
O Goldman Sachs rebaixou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 para 0,8%.
A justificativa é a piora do cenário de inflação, condições monetárias mais apertadas e crescentes riscos políticos e fiscais.
Anteriormente, o banco norte-americano projetava avanço de 1,5% do PIB no ano que vem. Para 2021, o Goldman Sachs manteve a estimativa de crescimento de 4,9%.
Em relatório sobre as perspectivas econômicas para a América Latina, o banco citou “pano de fundo de inflação muito alta” e consequente “mudança para uma posição de política monetária significativamente restritiva até o final de 2021” como justificativas para sua projeção.
A expectativa do Goldman Sachs é de que o Banco Central eleve a taxa Selic para 11% ao ano ao final de seu atual ciclo de aperto monetário.
Atualmente, os juros básicos estão em 7,75%, após a autarquia promover aumento de 150 pontos-base no último encontro do Copom.
O relatório concluiu com um alerta em relação a pioras dos indicadores de confiança, deterioração das condições de governabilidade e crescentes prêmios de risco político e fiscal como empecilhos para o crescimento econômico.
O Credit Suisse cortou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano e no próximo.
A estimativa para 2021 é que o ano feche com crescimento de 4,8%, ante 5% na última estimativa. Para 2022, o cenário esperado é de contração econômica de 0,5%, com a inflação devendo continuar em patamares elevados.
A revisão da instituição veio após dados desta sexta-feira (12/11) mostrarem que o setor de serviços brasileiro registrou queda inesperada de 0,6% no volume em setembro, após cinco meses de crescimento.
“O resultado de hoje reforça o cenário de piora da atividade econômica que tem sido visto nos últimos meses”, escreveram em relatório os economistas do banco no Brasil, Solange Srour e Lucas Vilela.
Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.