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Gás Natural: alta na oferta estabiliza cotações nos EUA; na Europa, Putin segue restringindo fluxo

Por :
Tales Rabelo Freitas
Publicado: Nov 25, 2021, 15:33 UTC

As últimas notícias sugerem aumento da oferta da commodity energética nos EUA, enquanto isso, na Europa, a Rússia segue restringindo fluxo para o velho continente.

Gás Natural: alta na oferta estabiliza cotações nos EUA; na Europa, Putin segue restringindo fluxo

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O gás natural segue estável nesta quinta-feira (25/11), com valorização de 0,14%, cotado a US$ 5,075 o contrato de 10.000 MMBTU (um milhão de Unidades Térmicas Britânicas).

Nas últimas semanas, o contrato futuro para dezembro de 2021 vem sendo negociada no intervalo entre os US$ 4,70 e US$ 5,17, após chegar a alcançar os US$ 6,30 no meio de outubro.

A queda e posterior estabilização dos preços vem com notícias referentes ao aumento da oferta disponível nos EUA, ante a expectativa de aumento de demanda proveniente do inverno no hemisfério norte.

EUA

A produção de gás natural dos EUA subiu para mais de 95 Bcf/d (bilhões de pés cúbicos por dia) em 24 de novembro.

Com o aumento, o volume se aproxima dos valores de oferta verificados no período de pré-pandemia.

A nova alta limita uma campanha de quase oito semanas pelos produtores para elevar a produção dos níveis deprimidos em setembro, quando a produção foi em média de apenas 90,1 Bcf/d.

O aumento recente vem de vários campos terrestres. O destaque ficou por conta da produção nos Apalaches, que subiu para um recorde de 34,7 Bcf/d no início neste mês. 

A motivação para o aumento da oferta veio das fortes taxas internas de retorno e a reação dos produtores diante dos preços em máxima histórica. Mesmo com as baixas nos últimos dias, a cotação do gás natural está bem acima da média de um ano atrás, de US$ 2,73/MMBtu.

Com isso, os estoques vêm se recuperando. Em seu nível atual, os estoques dos EUA estão agora apenas 58 Bcf abaixo da média dos últimos cinco anos, conforme dados da , mostraram dados da Energy Information Administration (EIA).

Europa

Na Europa, os mercados podem reagir à interrupção do fornecimento de gás natural da Gazprom para a Moldávia, devido ao não pagamento do país do Leste Europeu pelo fornecimento.

Com isso, os preços do gás natural na Europa podem subir à medida que o presidente russo, Vladimir Putin, continua a exercer pressão sobre o continente com o declínio dos fluxos de gás em meio às vésperas da temporada de inverno no hemisfério norte.

A escassez de gás na Europa continua a colocar uma oferta abaixo dos preços, uma vez que lida com alguns dos níveis mais baixos de armazenamento de gás desde 2013, antes do que se espera ser um inverno rigoroso. 

Por mais que as autoridades europeias se oponham ao gás russo, o continente  precisa desesperadamente da Gazprom para sobreviver neste inverno. 

Quanto à Moldávia, se o gás for interrompido, o país pode declarar estado de emergência.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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