Gás natural volta a subir ignorando os sinais de baixa.

O gás natural vinha trabalhando dentro de um canal de alta desde o início de abril. Em setembro, os compradores mostraram força e levaram o preço da commodity para cima da linha superior do canal, o que agora se comporta como um suporte.

No início de outubro, o ativo fez mais um forte movimento de alta, levando o preço a uma nova região de topo histórico. Entretanto, desde então o preço do gás vinha caindo e o gráfico passou a mostrar sinais de que uma correção poderia estar próxima. Estes sinais foram explicados no artigo “Gás natural desenhando padrão de baixa.”

No entanto, apesar dos sinais de uma possível queda do preço, o gás tocou no suporte oferecido pela linha superior do canal, e na sequência voltou a subir.

Após acionar o pivô de baixa, na perda do fundo indicado pela linha branca, o gás natural subiu um pouco, mas mostrou respeito pela região do fundo perdido. Este movimento parecia mais ser um pullback, para que na sequência o ativo fizesse um movimento de baixa mais acentuado.

Contudo, não foi o que aconteceu e a alta de ontem acabou desarmando todo o padrão que estava sendo desenhado no gráfico. O movimento foi tão forte que chegou a superar o último topo, de onde partia o pivô. Anulando assim, qualquer padrão de queda.

E agora, sobe ou desce?

Na realidade, com a forte alta de ontem, e a movimentação de baixa de hoje, não há um padrão claro para o ativo.

Como o gás continua trabalhando em tendência de alta, e agora voltou a superar a média móvel de 20 períodos, a expectativa é que continue subindo. Sob esta hipótese, seria possível considerar que o ativo desenhou uma “bandeira de baixa” para voltar a subir e romper o topo.

A “bandeira de baixa” é um padrão de continuidade, ou seja, uma pequena correção para que o ativo continue seguindo a tendência. Com a alta de ontem, o gás acionou o padrão, e o movimento de baixa de hoje poderia ser entendido como um pullback.

Caso amanhã o gás suba novamente, estará confirmando o padrão, que tem como primeiro alvo o topo. Se o topo for rompido, outros alvos podem ser projetados. Mas, se isso realmente acontecer, pode ser que a commodity faça um novo forte movimento de alta em busca dos alvos. O que parece ser difícil de acontecer, uma vez que o ativo já subiu bastante sem fazer uma correção mais evidente.

Padrão de consolidação, “Breakout”

Um ponto que fragiliza o padrão de continuidade que o gás natural pode estar formando, é o fato de o ativo ter perdido a média móvel de 20 períodos. Isso mostra que a tendência não está tão forte e que talvez, na realidade, o ativo esteja entrando em uma consolidação.

O padrão conhecido como “Breakout” ocorre quando um ativo passa a trabalhar fazendo movimentos para cima e para baixo da média de 20. Neste padrão ocorre um zeramento de posições e a tendência deixa de existir. Deste modo, quando o padrão é rompido, seja para cima ou para baixo, uma nova tendência é iniciada.

Como o gás natural já subiu muito neste ano, chegando a se valorizar quase 150% em relação ao valor negociado em 2020, o mais provável é que o ativo entre em consolidação.