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MRFG3, JBSS3 e BRFS3: Ações de frigoríficos sobem com fim do embargo chinês

Por :
Tales Rabelo Freitas
Publicado: Dec 15, 2021, 14:33 UTC

Ações das frigoríficas sobem com a informação do fim do embargo da China à carne bovina brasileira. Veja as principais recomendações para as empresas.

MRFG3, JBSS3 e BRFS3: Ações de frigoríficos sobem com fim do embargo chinês

O Ministério da Agricultura divulgou hoje pela manhã que recebeu a informação de que a China derrubou o embargo à carne bovina brasileira.

A assessoria de imprensa do Ministério informou na CNN que não tem detalhes da decisão do governo chinês, mas especificou que foi avisada de que as exportações ao país asiático voltaram ao normal, com a certificação e embarque da proteína animal.

A notícia foi suficiente para animar os investidores em relação às ações dos principais frigoríficos brasileiros.

Agora pela manhã, às 10h40, as ações da Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3), subiam fortemente, em 1,23%, 3,49% e 2,96% respectivamente.

O fim do embargo chinês gera alívio no mercado, uma vez que o gigante asiático é o principal mercado da carne brasileira.

O embargo já se estendia há quatro meses e causou impactos no setor agropecuário. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o volume de exportações de carne bovina caiu 43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de 2020.

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig é uma das maiores produtoras de proteína do mundo, com foco em carne bovina e recente desenvolvimento de uma linha de proteína vegetal.

A empresa tem capacidade de abate de cerca de 30 mil cabeças por dia, divididos entre: 13 mil nos EUA; 12 mil no Brasil; 4 mil no Uruguai e mil na Argentina.

As ações da companhia têm recomendação de compra pelo Bank of America (BofA), com preço-alvo em R$ 34,00. Isso dá uma margem de ganho potencial de cerca de 43%.

A recomendação é justificada pelas boas margens das operações nos EUA, que estão bem acima dos patamares históricos, enquanto a normalização do ciclo da carne bovina deve ser gradual e permitir a sustentação dos ganhos por mais tempo.

Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar dá suporte para os próximos resultados da empresa, que tem boa parte das receitas na moeda estrangeira.

Por fim, o relatório afirma que uma potencial aquisição da BRF (BRFS3) pela Marfrig representa um risco menor para o balanço da empresa após a recente queda das ações da BRF.

JBS (JBSS3)

A JBS é atualmente a maior processadora de proteína e a segunda maior empresa de alimentos do mundo, com centenas de instalações de produção, estando presente em mais de 22 países nos cinco continentes.

Após atualização do relatório de análise, o BTG Pactual recomendou compra para as ações da empresa, com preço alvo de R$ 50,00. Em relação ao preço atual, o potencial de ganho é de cerca de 30%.

“A tão sonhada classificação de “Grau de Investimento” foi alcançada e a gestão de passivos deve continuar a evoluir no futuro”, justificou a BTG em relatório aos clientes.

“A diversificação da JBS também significa que, sob as margens normalizadas, os múltiplos continuam a parecer bastante razoáveis em relação ao histórico e aos pares, especialmente para uma empresa mais enxuta, com menos riscos e mais focada”, completou o banco em sua recomendação. 

BRF (BRFS3)

A BRF é outra gigante do setor frigorífico, entretanto, as perspectivas para a companhia são menos otimistas do que os dos seus pares.

O BTG Pactual e a XP Investimentos qualificaram a recomendação para as ações da BRF como “neutra”.

Para o BTG, o preço-alvo para o ativo é de R$ 25,00, o que significa um potencial de valorização de 20% em relação ao preço atual. 

“Ficamos positivamente surpresos com a resiliência da estratégia da empresa, principalmente de preços e volumes no Brasil ao longo do ano, o que nos levou a aumentar nossas estimativas de Ebitda para 2021 e 2022 em 12% e 7%”, afirmaram os analistas do BTG Pactual.

Porém, o que pesa na avaliação são os riscos associados ao elevado grau de alavancagem da BRF, que, além de prejudicar o valor patrimonial, também torna o preço mais sensível frente às oscilações do mercado. 

Já a XP elogiou a estratégia da BRF de continuar crescendo enquanto aumenta seus lucros. Porém, a manutenção da recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 30,00, se deve às incertezas e riscos na melhoria dos números da empresa.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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