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Petróleo recupera cotações, mas investidores seguem monitorando efeitos da ômicron

Por :
Tales Rabelo Freitas
Publicado: Nov 29, 2021, 15:05 UTC

A commodity energética se recupera da forte queda da sexta-feira passada. Apesar de mais calmos, investidores seguem atentos às novas notícias sobre ômicron.

Petróleo recupera cotações, mas investidores seguem monitorando efeitos da ômicron

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Após o pânico da sexta-feira (26/11) que derrubaram as bolsas do mundo todo, os investidores retomaram as compras nesta segunda-feira (29/11) com as notícias preliminares que indicam a possibilidade da ômicron (nova variante da Covid-19) ser mais leve do que a variante Delta.

Entretanto, não há ainda informações consolidadas sobre o tema, o que contribui para que a incerteza continue pairando no ar.

De qualquer forma, isso já foi o bastante para elevar os preços do petróleo. Até às 11h30, o Brent subia 4,50%, cotado a US$ 75,49 por barril. Já o WTI seguia o mesmo rumo, subindo 6,32%, aos US$ 72,53.

Análises

A alta desta segunda é resultado do entendimento dos investidores de que a forte queda de sexta-feira abriu oportunidades para entrada no ativo.

Além da nova variante do coronavírus, os investidores também estão precificando notícias referentes à possibilidade da Opep+ de suspender seus aumentos de produção em resposta às ações coordenadas dos EUA para liberar parte de suas reservas estratégicas.

Com isso, as expectativas de queda no petróleo estão contidas, ao menos enquanto não aparecem novas informações sobre a gravidade da situação envolvendo a ômicron.

No geral, os analistas estão divididos quanto ao futuro das cotações.

Entre os que preveem alta nos preços, Jefrey Halley, diretor de pesquisa da OANDA para a Ásia, afirma que “as mínimas de sexta-feira provavelmente foram a barganha do ano, para quem queria se posicionar no petróleo, seja no mercado físico ou especulativo”.

O mesmo pensamento é compartilhado por Phil Flynn, analista do Price Futures Group, de Chicago, que acha o WTI a US$72 por barril uma barganha.

“Não sei qual é a gravidade dessa nova variante e se ela acabará provocando lockdowns de grandes proporções. Se essa variante, de fato, acabar sendo muito pior do que a delta, tudo é possível”.

Outros analistas pensam o contrário, ou seja, que as altas de hoje é apenas uma correção do tombo de sexta, e que o fundo do poço ainda não chegou.

Para Samie Madani, especialista em rastreamento de petroleiros, essa alta de hoje é considerada uma “armadilha para os touros”, escreveu em seu Twitter no domingo.

“A China não vai comprar nesses preços. Ela só o fará se os preços caírem mais. Levaremos pelo menos duas semanas para entender essa variante ômicron e para que haja um consenso entre os especialistas. Podemos ver uma desvalorização maior até lá”, complementou Madani.

Nova variante representa risco global muito alto

A variante ômicron do coronavírus foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul.

O primeiro caso confirmado foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021. De acordo com a OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes.

A médica sul-africana que fez o primeiro alerta sobre a variante, Angelique Coetzee, citou sintomas leves em seus pacientes. 

Em entrevista ontem (28/11) ao jornal britânico “The Telegraph”, ela disse que notou um aumento de pessoas jovens e saudáveis com sinais de fadiga em seu consultório.

“Os sintomas que eles apresentavam eram muito diferentes e mais leves dos que eu havia tratado antes”, afirmou a profissional da saúde.

Apesar da baixa letalidade verificada até então, o cenário preocupa devido à elevada probabilidade do espalhamento do vírus no mundo, ao surgimento de novas mutações e à necessidade da retomada de medidas de distanciamento e restrição do tráfego aéreo mundial.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante ômicron deve se espalhar internacionalmente e representa um risco muito alto de surtos de infecção que podem ter consequências graves em alguns lugares.

“A ômicron tem um número sem precedentes de mutações da (proteína) spike, algumas das quais são preocupantes por seu potencial impacto na trajetória da pandemia”, disse a OMS.

“O risco global geral relacionado à nova variante é avaliado como muito alto.”

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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