O price action nada mais é do que a interpretação gráfica dos movimentos realizados pelos ativos. Ou seja, é a aplicação de todo o conhecimento oferecido pela análise técnica.
Qual será o próximo movimento?
Essa é uma pergunta de 1 milhão de dólares!
O mercado financeiro é, sem dúvidas, um ambiente com infinitas possibilidades. Ninguém sabe, de forma precisa, para onde o preço irá no minuto seguinte. E isso é uma verdade que todas as pessoas que trabalham neste ambiente devem aceitar.
Mas também, justamente por causa dessa característica, o mercado se torna um ambiente democrático. Qualquer pessoa, sem distinção alguma, pode começar a operar no mercado financeiro e obter bons resultados.
Isto é válido, inclusive, em relação a qualificação pessoal e / ou profissional. Desde a pessoa mais capacitada, até um leigo completo, pode se aventurar neste mercado e obter resultados surpreendentes. É óbvio que os resultados podem ser uma surpresa positiva, ou negativa.
Da mesma forma que alguém pode começar a operar com um capital pequeno, de R $ 1.000,00 por exemplo, e alcançar a marca de R $ 1.000.000,00 em pouco tempo, o contrário também é válido.
Mas, assim como o dinheiro e a qualidade de vida que operar ativos financeiros pode trazer, o risco, ou melhor, a incerteza, também é um fator que desperta o interesse de muitas pessoas que entram neste ambiente.
E a incerteza está justamente em prever qual será o próximo movimento!
Tendo como objetivo estimar o próximo movimento, são realizados estudos nos gráficos, visto que estes refletem o comportamento dos ativos. O objetivo de estudar os gráficos é identificar padrões que se repetem ao longo do tempo. Apesar de ter a certeza de que cada movimento no gráfico é único e jamais se repetirá, ainda assim pode ser feito uma análise estatística sobre os padrões formados.
No entanto, existe uma infinidade de padrões!
Além disso, cada operador pode observar o mesmo padrão de diferentes formas, dependendo do nível de complexidade do padrão.
Mas, ao identificar os padrões formados, é possível fazer a leitura do gráfico e entender a dinâmica de preços. Isto torna possível a criação de hipóteses a respeito do próximo movimento.
De forma simples, isso quer dizer que, ao avaliar diferentes condições no gráfico, e observar um padrão de movimento específico, o sucesso em uma operação pode ser determinado por uma probabilidade estatística.
Um exemplo simples seria a observação de um pivô de alta alinhado com a média móvel de 20 períodos.
Condição 1 – o mercado está em tendência de alta.
Condição 2 – o ativo está acima da média móvel de referência.
Padrão específico – o preço recua até a média móvel e na sequência volta a subir.
O rompimento do topo seria o gatilho de entrada na operação.
O gráfico acima ilustra o exemplo explanado. Como o ativo superou a média móvel e fez um movimento de alta, deu a entender que poderia iniciar uma tendência. Na sequência retornou até a média, mas respeitou a mesma, indicando assimq que se trata de um suporte. Com um novo movimento de alta, o preço rompeu o topo, dando a entrada na operação. Este tipo de padrão tem uma taxa de assertividade acima de 65%, dependendo do ativo.
Fazendo a leitura do gráfico e entendendo a dinâmica de preços, se busca deduzir qual padrão está sendo construído. Deste modo, quando o padrão se confirma e é acionado o gatilho de entrada, pode ser realizada a operação.
A identificação dos padrões no gráfico torna possível avaliar as probabilidades de sucesso em cada operação. Ou seja, se é identificado um padrão de alta no gráfico, que foi devidamente mapeado e tem uma probabilidade de 75% de acerto, se supõe que, ao operar este padrão por 4 vezes, em 3 delas a operação será lucrativa.
A identificação de padrões no gráfico exige um equilíbrio entre complexidade e simplicidade. Ao definir padrões muito complexos, é possível que os mesmos sejam notados apenas depois que o ativo já tenha executado o movimento. Já padrões muito simples, podem ocorrer muitas vezes, e assim apresentar uma taxa de acerto baixa.
Por isso, é interessante fazer a leitura do gráfico e identificar o contexto no qual os padrões estão inseridos. Para fazer a leitura do gráfico, vários aspectos devem ser considerados como, a tendência nos diferentes tempos gráficos, onde se encontram suportes e resistências e a volatilidade, por exemplo.
Também é importante enfatizar que existem diversos padrões gráficos, porém nem todos devem ser operados. Mas, o conhecimento dos padrões facilita a leitura e entendimento da dinâmica de preços.
Existem diversas ferramentas e indicadores que auxiliam na identificação dos padrões gráficos. Mas, para análise técnica mais tradicional, as ferramentas mais usadas são as retrações e projeções de Fibonacci, as médias móveis, o volume e o indicador de volume OBV (On Balance Volume, na sigla em inglês).
A principal função destas ferramentas de apoio é elucidar o operador de mercado quanto ao contexto em que o ativo se encontra.
Como mostrado na imagem, a média móvel de 200 períodos indica que o ativo está em tendência de alta. Após o forte movimento altista, foram traçadas as retrações de Fibonacci. Quando o ativo recuou, respeitou a retração de 50% e formou um padrão de reversão. Na sequência se movimentou para cima e superou a média móvel de 20 períodos. O preço recuou um pouco, mas respeitou a média de 20 e em seguida subiu novamente acionando o pivô.
Observar um padrão qualquer no gráfico, pode indicar uma possível operação. Mas, com as ferramentas de apoio, o padrão se torna muito mais confiável. Em um ambiente com tanta incerteza, quando mais confiança o operador tiver no padrão, melhor.
Ao fazer a leitura do gráfico e entender a dinâmica de preços, é buscado então pela identificação dos padrões mais confiáveis.
Fazer uma operação de pivô em um ativo que se encontra em tendência de alta já funciona a mais de um século. Para quem está iniciando no mercado financeiro, talvez essa seja a porta de entrada, pela simplicidade e precisão do padrão.
Outros padrões bem conhecidos são as figuras como, retângulos, triângulos e cunhas, por exemplo. Estes padrões já apresentam um pouco mais de complexidade, pois traçar as linhas que formam as figuras é subjetivo. Desta forma, diferentes operadores podem traçar diferentes figuras.
A definição de suportes e resistências também auxiliam na operação de padrões de reversão. Estes padrões são interessantes pois normalmente a relação risco / retorno é maior que 1. Mas, se confirma apenas em operação à favor da tendência do tempo gráfico maior. Por exemplo, fazer uma operação de reversão de compra no gráfico de 5 minutos enquanto o gráfico de 60 minutos está em tendência de alta.
Caso você interesse tenha em aprender mais sobre a técnica de análise e como operar os padrões padrões específicos, continue acompanhando o Império FX, pois diversos artigos educacionais serão publicados ao longo das semanas.
Anderson é Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC, mas desde 2015 vem estudando e trabalhando com o mercado financeiro, a partir de 2019 passou também a atuar como educador financeiro ajudando outras pessoas a aprenderem técnicas e estratégias para se conhecerem e tirarem o melhor proveito do mercado. Apaixonado pela leitura, ela já leu centenas de livros relacionados ao mercado financeiro e desenvolvimento pessoal.