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Ações da Embraer (EMBR3) disparam com notícia sobre fusão

Por :
Tales Rabelo Freitas
Publicado: Dec 21, 2021, 15:58 UTC

O acordo de fusão entre a subsidiária de carros elétricos da Embraer, Eve, e a empresa de cheque em brando (SPAC), Zanite, abre oportunidades para ganhos no setor.

Ações da Embraer (EMBR3) disparam com notícia sobre fusão

Nesse artigo:

A Embraer acertou a fusão de sua subsidiária de aeronaves elétricas Eve com a SPAC norte-americana Zanite, que é focada no setor de aviação.

SPAC é a sigla em inglês para Empresa de Aquisição de Propósito Específico focada no setor de aviação. 

Também conhecida como “empresa de cheque em branco”, é uma sociedade anônima listada em bolsa de valores com o objetivo de adquirir uma empresa privada, tornando-a pública sem passar pelo processo tradicional de oferta pública inicial (IPO).

A notícia fez com que as ações da companhia subissem 15,97%, com a cotação de R$ 23,09.

A junção é sinal de que a Embraer está de olho em uma possível listagem na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em 2022.

A previsão é de que a operação de fusão entre a EVE e a Zanite seja concluída no segundo trimestre do ano que vem. 

A nova empresa nasce com valor patrimonial pró-forma de aproximadamente US$ 2,9 bilhões (cerca de R$ 16,5 bilhões, na cotação de hoje).

Entenda a negociação

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Embraer afirmou que após a conclusão da transação, a Zanite mudará seu nome para Eve Holding, Inc.

Outra mudança prevista é a alteração do ticker da empresa listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), que passará a ser “EVEX” e “EVEXW”. 

A Embraer permanecerá como acionista majoritária, por meio de sua subsidiária Embraer Aircraft Holding, Inc. Após o fechamento do negócio, a participação acionária da companhia brasileira será de aproximadamente 82% na Eve Holding.

A fusão permitirá à Embraer levantar recursos para financiar as operações da Eve, além de investir no crescimento do negócio.

Os recursos serão financiados por uma combinação de aproximadamente US$ 237 milhões em dinheiro fiduciário da Zanite e um PIPE (Private Investment in Public Equity) de US$ 305 milhões de ações ordinárias.

O PIPE é um mecanismo usado por uma empresa para captar recursos mais rapidamente por meio do mercado de capitais. Ele ocorre quando um investidor institucional ou credenciado compra ações diretamente de uma empresa pública abaixo do preço de mercado.

Por terem requisitos regulamentares menos rigorosos do que as ofertas públicas (IPO), os PIPEs economizam tempo e dinheiro das empresas e arrecadam fundos mais rapidamente.

O ponto negativo é que o preço descontado das ações do PIPE significa menos capital para a empresa e sua emissão dilui efetivamente a participação dos atuais acionistas.

No plano da Eve Holding, Inc, os US$ 305 milhões em ações ordinárias serão vendidos a US$ 10,00 por ação. 

Deste valor, US$ 175 milhões serão da própria Embraer. Os demais valores serão aportados pela Zanite Sponsor (US$ 25 milhões) e por um consórcio de investidores financeiros e estratégicos (US$ 105 milhões), incluindo Azorra Aviation, BAE Systems, Bradesco BBI, Falko Regional Aircraft e Republic Airways.

Recomendação para EMBR3

A notícia de hoje sobre a fusão deve abrir novas oportunidades para a Embraer, visto que a subsidiária Eve atua em um setor de forte potencial de crescimento, com inovações que podem revolucionar o setor aéreo.

Antes deste evento, as ações da Embraer apresentavam perspectiva positiva pelos analistas de mercado.

Segundo a equipe de análise do BTG Pactual, a EMBR3 passa por um bom momento de curto prazo.

A companhia apresentou um bom desempenho no terceiro trimestre de 2021, com expectativa positiva para o seu fluxo de caixa no fechamento do ano.

Com as projeções apontando uma recuperação dos lucros, a recomendação do BTG é de compra para as ações da EMBR3, com preço-alvo de R$ 26,00.

Isso representa um potencial de ganho de cerca de 11,50%, mas que deve ser maior com a incorporação da fusão da Eve na análise.

Sobre o Autor

Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.

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