Uma das métricas mais avaliadas no cenário fiscal é a relação dívida/PIB. As expectativas do Tesouro Nacional são que a dívida bruta brasileira termine 2021 em 80,6% do PIB.
Se isso de fato ocorrer, teremos uma grande redução comparada ao final de 2020, quando a dívida chegou à casa dos 88% do PIB.
Querendo ou não, o PIB vem mostrando força (abaixo das expectativas, mas vem crescendo) e as coisas vêm se recuperando, pelo menos na parte fiscal.
Além das expectativas com relação ao ano de 2021, ainda existem as estimativas para os próximos anos.
Quando analisada essa estimativa, fica claro que o Tesouro Nacional considera a possibilidade de melhora do cenário fiscal ano após ano.
Até 2030, se tudo der certo, a dívida bruta pode chegar aos 76,6% do PIB. Lembrando que a dívida bruta antes da pandemia estava em 74,3% do PIB.
Portanto, mesmo em 2030, a dívida não chegará aos níveis pré- pandemia. Se por um lado essas notícias são boas, porque deixam evidenciado que existe uma expectativa para melhora do quadro fiscal, com a redução da vida, do outro lado, há certa preocupação com a lentidão dessa melhora.
Como houve uma grande alocação de recursos para tentar amenizar os efeitos da pandemia no Brasil, havia uma expectativa que a recuperação pudesse ser mais forte, fato que não vem se evidenciando.
Ao menos, do jeito que está o Brasil aparentemente vem se recuperando. Um pouco mais lento, mas vem.
A melhora do cenário fiscal de qualquer forma é animadora e dá um humor diferente ao mercado.
Se o Brasil vem conseguindo arrecadar mais, é porque as empresas vêm conseguindo vender mais e isso vai gerar mais dinheiro para os cofres públicos, por meio dos impostos.
É fato que a inflação também vem ajudando na melhora do cenário. Com mais inflação e um juro real negativo, a dívida se amortiza por si só (a arrecadação aumenta porque há o aumento dos preços e, portanto, o recolhimento segue o caminho do aumento).
A dúvida fica por conta do caminho que o Brasil vai fazer de fato até 2030. Será que não haverá mais gastos? O governo federal colocou a PEC dos Precatórios para ser votada e não conseguiu emplacar reformas que pudessem ajudar no custeio.
Isso gera a necessidade de um PIB mais forte, forte suficiente para cobrir os gastos além da dívida que já existe.
Como existem dúvidas, mas há expectativa de um futuro melhor, o investidor precisa manter uma carteira bem diversificada, na medida do possível.
Investir na renda fixa é uma boa opção para o momento, sem esquecer-se da renda variável. Há oportunidades pipocando a todo o momento. Para equilibrar a carteira, o investimento em dólar e ouro também pode ajudar.
Oliver é formado em ciências contábeis pela UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí).Além da contabilidade, Oliver se tornou investidor. a primeira experiência no mercado de capitais foi investindo no tesouro direto, comprando uma ltn (letra prefixada). a partir de 2010, Oliver foi ampliando sua carteira e aumentando o conhecimento em investimentos.