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O que é: CBDC

Por
Victor Raimundi Brandao Alberto de Mello
Atualizado: Oct 21, 2021, 20:23 GMT+00:00

Entenda os ideais por trás da ferreamente econômica que pode exercer papel crucial na aproximação entre recursos digitais e moedas nacionais. Acompanhe também o avanço da China no setor e se atualize sobre os planos do “Real Digital”.

O que é: CBDC

A sigla CBDC vem do inglês Central Bank Digital Currency, que na tradução para o português se torna a moeda digital do banco central. Também podendo serem chamadas de govcoin, trata-se das representação digital dos valores monetários, contando com a mesma autoridade monetária da cédula (podendo ser convertidas diretamente para a moeda convencional), mas que existem somente no plano virtual.

Como é de se imaginar, os projetos das CBDCs são associados normalmente ao atendimento de necessidade em processos de pagamentos eletrônicos, além da busca por inovação nos demais processos de transações econômicas via internet.

Vale destacar também as capacidades que as moedas digitais teriam de auxiliar no processo de digitalização das economias que cada vez menos usam papel moeda, além de ser uma alternativa à população “desbancarizada” que, sem acesso às contas bancárias e cartões, conta justamente só com cédulas e moedas como opções para movimentar seus recursos.

De acordo com o BIS, Banco de Compensações Internacional, mais de 40 países já aderiram, em algum nível, ao plano de contar com uma moeda virtual para seu banco central. Isso porque além das funções já listadas, existe grande potencial para as CBDCs no âmbito das negociações internacionais e na função de reserva econômica.

China “corre” contra o dólar

Foi considerando justamente essa possibilidade que a China desenvolveu, com folga, o mais avançado de todos os sistemas de CBDC do mundo no momento. Isso porque enquanto a enorme maioria das outras moedas governamentais seguem estágio de planejamento e desenvolvimento, os chineses já colocam o “Yuan Digital” à prova.

Desde dezembro de 2020 a CBDC chinesa está em circulação, mesmo que inicialmente em estágios de testes mais limitados. Durante sua fase inicial, priorizando a adaptação dos habitantes do país com a novidade, a bandeira levantada era de modernizar transações econômicas locais, além de facilitar também a vida de turistas.

Entretanto, sem fazer muito alarde internacionalmente, sua utilização cresceu exponencialmente dentro do território chinês.

A moeda digital teve seus primeiros registros de uso no pagamento de taxas na Bolsa de Dailian em agosto, roubou a cena no principal evento do Mês da Popularização do Conhecimento Financeiro – o mesmo em que o presidente Xi Jinping reforçou o combate aos criptoativos – e até o meio do ano já tinha movimentado cerca de US$ 5,3 bilhões sem maiores problemas, o que indica o quão maduro está o projeto por lá.

Somando o inegável sucesso do Yuan Digital, o desenvolvimento das demais CBDCs mundo à fora e a possibilidade de atuação como reserva em transações internacionais (o que diminuiria o poderio dos EUA no caso das sanções em dólares americanos), e temos um outro ativo digital que deve movimentar a economia mundial muito em breve.

Brasil desenha seus primeiros projetos

O Brasil é um dos países que está com sua moeda digital “avançando”, como o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, classificou ainda em agosto.

Questões técnicas importantes ainda estão sendo resolvidas, como alavancagem da moeda ser feita de maneira que não gere diferença de preços entre o Real digital e físico a partir de grande demanda. Mas mesmo em um estágio mais embrionário, fato é que o Real Digital deve ser uma das CBDCs mais próximas dos criptoativos em todo o mundo.

Isso porque de acordo com Campos Sales, a moeda virtual brasileira terá grande possibilidade de explorar recursos do mundo dos criptos, sobretudo os chamados contratos inteligentes e os aspectos que envolvem a tecnologia DeFi (Finanças descentralizadas).

O posicionamento foi reforçado tempos depois pelo presidente da B3, Luis Kondic, que indicou a preparação para a bolsa brasileira começar a prestar serviços de oráculo às blockchains, alimentando as redes com informações econômicas externas em troca da adesão do Real Brasileiro nestes tipos de sistemas e do desenvolvimento de ferramentas em pagamentos programáveis que aperem junto ao ativo.

A expectativa é que os projetos mais avançados e seus primeiros testes sejam feitos já a partir de 2022.

Sobre o Autor

Com trabalhos de destaque no meio da comunicação desde o primeiro semestre do curso de jornalismo, Victor se aproximou da cobertura econômica ao redigir e apresentar conteúdos diários sobre o mercado para milhares de ouvintes, espectadores e internautas.

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