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O que é: Scam

Por :
Victor Raimundi Brandao Alberto de Mello
Atualizado: Sep 13, 2021, 19:38 UTC

O destaque ganhado pelo golpe da GAS consultoria colocou o Bitcoin em pauta. Mas, ao mesmo tempo, o rodeou de receios. Entenda melhor o caso e veja como evitar problemas similares ao buscar ajuda em seus investimentos.

Bolsa NY

Nesse artigo:

Scam: termo utilizado para golpes e demais ações fraudulentas via internet. Por meio de mentiras e falsos artifícios, essas atividades de má fé buscam, na maioria dos casos, obter informações pessoais visando um retorno financeiro ilegal.

O mais comum dos exemplos talvez seja o email phishing (fisgadas/pescadas). Nessa modalidade, golpistas preparam o material para passar credibilidade, simulando comunicados de empresas e instituições que a vítima tenha algum tipo de contato. Ganhando a confiança de seus alvos, criminosos obtém nome completo, documentos, senhas e detalhes bancários de suas vítimas.

No universo das criptomoedas, os scams visam atrair não somente novatos, se aproveitando da falta de conhecimento do mercado e seu funcionamento relativamente complexo. Em muitos casos, os alvos são investidores já com experiência e conhecimento razoável, mirando então a probabilidade de alto investimento e manutenção dos recursos aplicados, haja vista a noção de volatilidade existente no meio.

Para esse público, não faltam promessas de falsas moedas classificadas como “a nova Bitcoin”, garantindo percentual astronômico de valorização em curto espaço de tempo e sem muito embasamento. Outra tática costumeiramente usada é a de plataformas falsas, sejam elas exchanges ou carteiras digitais, prontas para arrecadar valores e não concluir a transação prometida.

Mas foi no contexto de consultorias bem-sucedidas, mas de fachada, que o caso da GAS consultoria ganhou manchetes de todo o Brasil. Com o avanço das investigações da polícia federal, cada vez mais detalhes dos procedimentos ilícitos que transformaram o garçom Glaidson Acácio dos Santos em bilhonário no espaço de 4 anos são revelados.

A empresa prometia retornos mensais de 10% em cima dos valores investidos, alegando que contava com especialistas de peso na análise de mercado das Bitcoins. Entretanto, o crescimento exponencial da GAS e os lucros oferecidos aos seus clientes vinha de outro tipo de golpe financeiro, sendo este muito mais conhecido dos brasileiros e bem menos tecnológico.

No fim das contas, a consultoria servia de fachada para um esquema de pirâmide. Geralmente, dentre os criptoativos, as pirâmides se baseiam em altcoins desconhecidas. Mas nesse caso, investidores interessados em explorar o futuro com criptoativos acreditavam receber seus retornos com a corretagem de Bitcoins, enquanto na verdade a remuneração vinha diretamente dos dinheiros de novos contratos, criando assim um sistema insustentável.

A partir do capital acumulado, foi revelado pelas investigações que Glaidson já movimentou aporte de R$ 1,2 bilhão em Bitcoins. Ele foi preso na semana passada no Rio de Janeiro, enquanto o resto da quadrilha vem sendo desmontado pelo trabalho policial.

Para especialistas, o principal sinal de alerta para o scam era a “garantia” de altos retornos mensais, sobretudo sobre um ativo que em um espaço de 30 dias – entre maio e abril – saiu de US$ 65 mil para US$ 30 mil. Nesse contexto ou em situações similares, o investidor deve evitar promessas do gênero ao entender que será difícil manter os números sem que, eventualmente, outro tipo de recurso tenha de ser incluído para suprir perdas.

Outra orientação seria analisar com cuidado não só a empresa e seus projetos, mas acompanhar de perto suas movimentações e, se possível, buscar informações sobre até sobre as blockchains da moeda em questão. Projetos sérios e estabelecidos operam em blockchains públicas e acessíveis e, tecnicamente, seriam capazes de rastrear a origem dos ativos movimentados e comprovar a movimentação para seus clientes.

No caso da GAS, por exemplo, a medida poderia ser um divisor de águas, uma vez que a consultoria não seria capaz de apresentar registros legítimos, uma vez que nem realizaram as compras.

Sobre o Autor

Com trabalhos de destaque no meio da comunicação desde o primeiro semestre do curso de jornalismo, Victor se aproximou da cobertura econômica ao redigir e apresentar conteúdos diários sobre o mercado para milhares de ouvintes, espectadores e internautas.

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