BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação da Receita Federal somou 142,106 bilhões de reais em maio, alta real de 69,88% sobre o mesmo mês do ano passado e o melhor resultado para o mês da série do Fisco, que tem início em 1995, mostraram números divulgados nesta terça-feira.
Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) -A arrecadação das receitas federais somou 142,106 bilhões de reais em maio, alta real de 69,88% sobre o mesmo mês do ano passado e o melhor resultado para o mês da série do governo, que tem início em 1995, mostraram números divulgados nesta terça-feira.
No acumulado do ano, as receitas somaram 744,828 bilhões de reais, valor também recorde para o período, com crescimento de 21,17% sobre os mesmos meses de 2020 na comparação corrigida pela inflação, segundo a Receita Federal.
Desde o ano passado a arrecadação tem sido impactada por mudanças nas regras de recolhimento de tributos promovidas em meio à crise econômica gerada pela pandemia. Em 2020, por exemplo, o governo prorrogou o prazo para o pagamento de um maior número de tributos e reduziu alíquotas de alguns impostos para aliviar empresas e famílias.
Desconsiderando esses fatores e outros recolhimentos atípicos, segundo a Receita, a arrecadação teria crescido menos agora –11,93% no ano e 23,74% em maio.
Ainda assim, o governo destacou o impacto do crescimento da atividade sobre as receitas, ressaltando a melhora de indicadores como produção industrial e venda de bens e de serviços neste ano. O Fisco também chamou atenção para o crescimento da arrecadação de tributos de comércio exterior.
“É inequívoco que o Brasil já se levantou e a economia está caminhando com uma velocidade bem acima do que era esperado na virada do ano”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao comentar os dados, quando anunciou também a intenção de acelerar uma redução da tributação sobre as empresas.
Guedes afirmou que o aumento do recolhimento de tributos tem se dado em todos os segmentos da economia e que, em alguns setores, os patamares da arrecadação já superam o verificado em 2015, antes da recessão econômica que antecedeu a pandemia.
Em maio, a arrecadação do IRPJ/CSLL, cobrado das empresas, aumentou 83,4% em termos reais, para 22,614 bilhões de reais. Segundo a Receita, no mês houve um recolhimento atípico de cerca de 4 bilhões de reais de IRPJ, em parte relacionado a reorganizações societárias de empresas. No ano, essa arrecadação do IRPJ considerada muito fora do padrão somou 16 bilhões de reais.
Questionados, técnicos da Receita disseram que ainda é cedo para dimensionar a parcela do aumento da arrecadação que pode ser relacionada ao crescimento da atividade.
“Se olharmos para os indicadores econômicos, nós vemos uma recuperação da atividade econômica, mas o quanto essa recuperação ela impacta efetivamente a arrecadação, nós só vamos ter essa análise a posteriori”, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias.
(Edição de Camila Moreira e José de Castro)
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