(Reuters) - Dias depois de alcançar amplo consenso de que o mercado de trabalho dos Estados Unidos melhorou o suficiente para que o Federal Reserve comece em breve a retirar o suporte, o chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, participou de uma sessão nesta sexta-feira com vários agentes econômicos para ouvir sobre o cenário ainda incerto.
Por Jonnelle Marte e Ann Saphir
(Reuters) -Dias depois de alcançar amplo consenso de que o mercado de trabalho dos Estados Unidos melhorou o suficiente para que o Federal Reserve comece em breve a retirar o suporte, o chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, ouviu de vários agentes econômicos nesta sexta-feira quais são os desafios que os estão atrapalhando durante a recuperação.
Durante um evento virtual realizado como uma continuação das discussões comunitárias denominadas “Fed Listens” (Fed Escuta), lançadas em 2019, Powell e outras autoridades ouviram um proprietário de restaurante que enfrentava desafios de contratação, um executivo de hotel preocupado com o lento retorno das viagens empresariais e líderes comunitários preocupados com locatários e proprietários atrasados em seus pagamento.
“A maioria de vocês está enfrentando locais de trabalho diferentes, de protocolos de segurança cujo tempo de necessidade é incerto a alterações fundamentais em como suas indústrias operam”, disse Powell no evento, em comentários que não citaram suas próprias perspectivas de política econômica ou monetária.
“Planos de negócios têm sido retrabalhados, perspectivas têm sido revisadas, e o futuro continua com tons de incerteza.”
Na quarta-feira, ao fim da reunião de política monetária do Fed, Powell disse sentir que a economia havia atendido às condições que o Fed havia determinado para começar a reduzir suas compras mensais de ativos, sendo necessário apenas mais um relatório mensal de emprego “razoavelmente bom” para apertar o gatilho em novembro.
Mas, com as autoridades do Fed já avançando nas discussões sobre alta de juros –metade dos membros do Fomc espera a primeira alta dos juros para o ano que vem–, elas buscam garantir que não vão repetir erros passados ao retirarem o suporte rápido demais ou, em contraste, aguardar demais e permitir que a inflação se instale.
Esses esforços incluem a continuidade de uma série de discussões comunitárias que o banco central iniciou há mais de dois anos, enquanto debatia como reformular sua abordagem de política monetária.
Nesta sexta-feira, autoridades do Fed ouviram de proprietários de empresas e líderes comunitários sobre os efeitos duradouros da pandemia em seus negócios e nas comunidades que representam, ressaltando os aspectos desiguais da recuperação econômica.
Cheetie Kumar, dona de um restaurante em Raleigh, Carolina do Norte, disse que pequenos empresários estão lutando para se manter à tona desde que o vírus atrapalhou as vendas.
“Há um limite para o que uma operação familiar pode sustentar”, disse Kumar. “Não podemos continuar nos endividando.”
Ela também falou às autoridades sobre os desafios de contratação que enfrenta conforme os trabalhadores se preocupam com o vírus, passam por dificuldades para conseguir vagas em creches ou mudam de carreira.
E Patricia Garcia Duarte, chefe-executiva da Trellis, uma organização sem fins lucrativos que apoia proprietários de residências, disse estar preocupada com o aumento da inadimplência de tomadores de empréstimos de baixa a moderada renda, um grupo formado principalmente por minorias.
(Reportagem de Ann Saphir)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5047 2984)) REUTERS LB CMO
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