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Conab corta projeções para cana e açúcar 2021/22 no centro-sul após geadas

Por :
Reuters
Atualizado: Aug 19, 2021, 16:25 GMT+00:00

SÃO PAULO (Reuters) - A safra de cana do centro-sul do Brasil em 2021/22 deverá atingir 538,7 milhões de toneladas, queda de 10,6% ante a temporada 2020/21, devido ao impacto da seca e geadas que ocorreram entre junho e julho, estimou nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Colheita de cana-de-açúcar em Pradópolis (SP)

Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – A safra de cana do centro-sul do Brasil em 2021/22 deverá atingir 538,7 milhões de toneladas, queda de 10,6% ante a temporada anterior, devido ao impacto da seca e recentes geadas, estimou nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicando também recuo na produção de açúcar.

No levantamento divulgado em maio, o primeiro para a nova temporada, a estatal via uma queda de 4,6% na safra pressionada pela estiagem e uma redução na área de plantio. O frio excessivo que veio nos meses seguintes agravou o cenário.[nL2N2OD16I]

“Os efeitos climáticos adversos da estiagem durante o ciclo produtivo das lavouras e as baixas temperaturas registradas em junho e julho estão entre as causas da redução, que incluem ainda episódios de geadas em algumas áreas de produção, sobretudo nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul”, disse a companhia.

A estatal alertou que os efeitos dessas adversidades climáticas podem se estender à safra 2022/23, pois canaviais em desenvolvimento e crescimento inicial também estão sujeitos aos danos causados pela seca e pelas geadas deste inverno.

A produção de açúcar do centro-sul do Brasil, maior exportador global da commodity, deverá atingir 33,9 milhões de toneladas, queda de 11,3% na comparação anual, apontou a Conab. Em maio, a estimativa indicava produção de 35,8 milhões de tonelada.

De acordo com o levantamento, os problemas climáticos devem impactar a produtividade da cana e com isso farão com que o processamento se encerre mais cedo que o normal.

“Como consequência, a destinação da moagem para açúcar apresentará redução na safra atual, mesmo considerando a queda da produção em importantes países produtores”, pontuou.

O mix de produção esperado para o adoçante é de 46,6% da matéria-prima, considerando que o centro-sul deve ser responsável por 92% do açúcar produzido no país.

Já a produção total de etanol (de cana e de milho) em 2021/22 foi estimada em 29,2 bilhões de litros, recuo de 10,8% no comparativo anual, segundo números da estatal. Em maio, porém, a projeção era de 28,36 bilhões de litros, com variação impulsionada pelo biocombustível vindo de milho.

Mas cerca de 23,71 bilhões de litros serão provenientes da cana, contra 27,6 bilhões registrados na safra anterior, ainda na esteira de uma safra prejudicada pelo clima.

Sobre o comportamento do mercado, a Conab disse com base em fontes do setor que os preços de etanol deverão ficar em patamares mais elevados que o da temporada anterior, refletindo o repasse de preços para a gasolina, em linha com a paridade internacional –em face dos aumentos no preço do petróleo– além do reflexo da melhoria do PIB e aumento da mobilidade na economia nacional, com a recuperação dos efeitos da pandemia.

Para esta safra, a estatal também indicou que a estimativa nacional para açúcar total recuperável (ATR) médio é de 140,5 quilos por tonelada, decréscimo de 2,5% em comparação ao valor médio da temporada passada.

EXPORTAÇÃO

O Brasil exportou cerca de 9,5 milhões de toneladas de açúcar nos primeiros quatro meses da safra 2021/22, o que corresponde a um recuo de 6,1% na comparação com igual período do ciclo passado, citou a Conab.

“Apesar do recuo, a quantidade exportada nos primeiros quatro meses da safra 2021/22 ainda se mantém acima da quantidade média exportada em igual período das últimas cinco safras, que corresponde a 8,4 milhões de toneladas de açúcar.”

A estatal ainda lembrou que diante do cenário de aumento das incertezas sobre a oferta futura, o preço médio do açúcar em julho de 2021 posicionou-se em 17,74 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York, o que corresponde a um aumento de 3,1% em relação ao preço médio do mês anterior.

Na primeira semana deste mês de agosto, as cotações já superaram a casa de 18 centavos de dólar por libra-peso.

“Essa valorização do açúcar no mercado internacional, combinada à taxa de câmbio elevada no Brasil, contribui para que as exportações de açúcar se mantenham em patamares elevados na safra atual.”

(Por Nayara Figueiredo)

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