SÃO PAULO (Reuters) - A produção de soja do Brasil deverá atingir 141,26 milhões de toneladas em 2021/22, alta de 3,9% em relação à safra atual, impulsionada por um aumento de 3,6% na área plantada em meio a preços atrativos e expectativas positivas de rentabilidade, disse a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira.
SÃO PAULO (Reuters) – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou nesta quinta-feira um avanço de 3,9% na produção de soja do Brasil em 2021/22 ante a atual temporada, enquanto a safra total de milho do país deverá se recuperar após sofrer uma quebra em função das condições climáticas adversas em 2020/21.
As duas commodities, que respondem pela maior parte da safra de grãos brasileira, devem dar impulso a uma nova produção recorde no ano que vem, de 289,6 milhões de toneladas de grãos, segundo a Conab.
Em sua primeira divulgação de projeções para a próxima temporada, a estatal indicou que a safra de soja 2021/22 atingirá 141,26 milhões de toneladas, puxada por um aumento de 3,6% na área plantada em meio a preços atrativos e expectativas positivas de rentabilidade.
A área de cultivo da oleaginosa tende a alcançar 39,91 milhões de hectares na nova temporada, disse a Conab, citando também o câmbio atrativo neste momento, com o real desvalorizado frente ao dólar, e expectativas de aumento nas exportações e no esmagamento no ano que vem.
Pelos números da Conab, as exportações de soja do Brasil devem chegar a 87,58 milhões de toneladas em 2022, versus 83,42 milhões de toneladas neste ano, diante de uma estimativa de aumento na demanda da China, principal cliente do país no setor.
Já o processamento local da oleaginosa no ano que vem foi projetado em 51,47 milhões de toneladas, ante 46,50 milhões de toneladas no ciclo atual.
A cifra é impulsionada pela expectativa de um aumento no percentual da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel no país para 14%, contra 13% atualmente.
“Mesmo com um aumento na produção para a safra 2021/22, estima-se que a diferença entre oferta e demanda mundial seja pequena em 2022, o que implica na manutenção da relação estoque/consumo mundial ainda em níveis baixos”, acrescentou a Conab em apresentação.
Para o milho, a estatal estimou a safra total 2021/22 do país em 115,96 milhões de toneladas, salto de 33,8% na comparação anual, indicando uma recuperação após a quebra vista neste ano, quando o cultivo sofreu com seca e geadas.
A safra de verão do cereal deve somar 27,2 milhões de toneladas, aumento de 9% no ano a ano, enquanto a chamada “safrinha” –principal do milho no país– tende a saltar 45%, a 87,3 milhões de toneladas.
A área plantada com o cereal foi projetada em 20,6 milhões de hectares, alta de 3,9% na comparação anual, em estimativa que compreende 15,65 milhões de hectares na segunda safra (avanço de 5,2%) e 4,4 milhões de hectares na primeira –esta, praticamente estável na comparação anual.
Entre os fatores altistas para o milho, a Conab citou o baixo estoque de passagem, a oferta reduzida devido aos problemas climáticos e a valorização dos preços internacionais e do dólar.
No front baixista, por sua vez, a Conab vê incertezas sobre a demanda chinesa por milho e os custos de importação no nível dos preços nacionais.
ALGODÃO
A estatal estimou ainda a safra de algodão (pluma) em 2021/22 em 2,71 milhões de toneladas, alta de 15,8% na comparação anual, diante de um aumento de 13,4% na área de cultivo, que deverá atingir 1,55 milhão de hectares.
A fibra também se beneficiará dos altos preços internacionais e do dólar valorizado frente ao real, segundo a Conab, que ainda projetou as exportações de algodão em 2 milhões de toneladas em 2022, leve queda frente aos 2,1 milhões de toneladas deste ano.
“Cerca de 34% da safra 2021/22… já foi vendida”, disse a entidade. “As exportações continuarão aquecidas.”
A diminuição nos embarques externos se vê compensada em um aumento no consumo interno, que atingirá 760 mil toneladas no ano que vem, versus 715 mil toneladas em 2021. A Conab vê um “novo crescimento na demanda com a vacinação e controle da pandemia.”
(Por Gabriel Araujo)
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