ASHEVILLE, EUA (Reuters) - Pode levar mais alguns meses para o mercado de trabalho dos Estados Unidos se recuperar o suficiente para que o Federal Reserve possa reduzir seu apoio à economia, de acordo com o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, que trouxe uma visão centrista para o debate sobre quando cortar os 120 bilhões de dólares em compras mensais de títulos do banco central.
(Corrige no 3º parágrafo para “terça-feira” em vez de “segunda-feira”)
Por Howard Schneider
ASHEVILLE, EUA (Reuters) – Pode levar mais alguns meses para o mercado de trabalho dos Estados Unidos se recuperar o suficiente para que o Federal Reserve possa reduzir seu apoio à economia, de acordo com o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, que trouxe uma visão centrista para o debate sobre quando cortar os 120 bilhões de dólares em compras mensais de títulos do banco central.
Vários colegas de Barkin argumentaram que as compras deveriam ser eliminadas rapidamente para colocar a política monetária em um padrão mais normal, que deveriam se preparar para eventuais aumentos nas taxas de juros como uma proteção contra a inflação e moderar os aumentos de preços de imóveis e outros ativos que podem ser impulsionados pela compra de títulos do Fed.
Em uma entrevista à Reuters na terça-feira, Barkin, atual membro votante do comitê de definição de política monetária do Fed, concordou que o país está se aproximando do progresso no mercado de trabalho que o Fed deseja ver antes de reduzir as compras mensais e, eventualmente, encerrar o programa.
“Estamos nos aproximando… não sei exatamente quando isso acontecerá. Quando o fizermos, defendo muito que reduzamos e voltemos a um ambiente normal (de política monetária) o mais rápido que a economia nos permitir”, disse Barkin em entrevista à Reuters.
Mas ele acrescentou que não está pronto para assumir um cronograma, argumentando que o Fed deve cumprir o que prometeu: comprar títulos até que o mercado de trabalho esteja completamente recuperado.
É possível pensar que “chegaremos lá nos próximos meses”, disse Barkin, que falou em meio a um debate no Fed no qual alguns de seus colegas pediram a redução das compras de títulos talvez já em outubro.
“Eu gostaria de ter um nível normal de participação nos mercados de ativos e um nível normal da taxa (de juros)”, disse Barkin. Mas “eu também acho que, como um comitê, quando você apresenta uma orientação, você pensa a respeito disso com cuidado e então faz o seu melhor para viver de acordo com ela.”
O Fed disse em dezembro que esperaria “um progresso substancial” na recuperação dos empregos antes de reduzir suas compras de ativos, um precursor de eventuais aumentos nos juros.
Onde outros passaram a adotar as preocupações com a estabilidade financeira ou a necessidade de se preparar para aumentos dos juros como parte dos argumentos para uma possível redução antecipada dos títulos, Barkin disse que continua focado no emprego e não no calendário.
Em particular, ele deseja que a relação emprego/população aumente talvez mais meio ponto percentual, para cerca de 59%, parâmetro que ele considera uma medida “holística” da saúde do mercado de trabalho. Isso pode ser cumprido em pouco tempo ou levar meses para avançar.
Os comentários de Barkin representam um meio-termo que pode ajudar a formar qualquer consenso que surja sobre os próximos passos do Fed. Eles também mostram as visões divergentes entre as autoridades do Fed sobre quais dados merecem ênfase enquanto planejam a retirada dos estímulos de emergência, definidos no início da pandemia.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447723))
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