SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliou de forma expressiva a queda ante o real depois das 11h desta sexta-feira, captando a reação de ativos financeiros em todo o mundo à ausência de sinalização por parte do banco central dos Estados Unidos sobre o momento de corte de estímulos.
Por Luana Maria Benedito e José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar caía 1% ante o real no início da tarde desta sexta-feira, chegando a ser negociado abaixo dos 5,20 reais, em reação à ausência de sinalização por parte do chair do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, sobre o momento de corte de estímulos.
Em comentários preparados para discurso na conferência de banqueiros centrais de Jackson Hole, Powell sinalizou que o Fed permanecerá cauteloso em qualquer eventual decisão de elevar os juros à medida que tenta trazer a economia de volta ao pleno emprego, repetindo que deseja evitar controlar uma inflação “transitória” e potencialmente desencorajar o crescimento do emprego no processo –defendendo a nova abordagem de política monetária do Fed que Powell introduziu há um ano. [nL1N2PY1HM]
Às 13:40, o dólar recuava 1,10%, a 5,1992 reais na venda, depois de chegar a tocar 5,19145 reais na mínima do dia, atingida perto das 12h50.
Pouco antes do discurso de Powell, realizado às 11h, o dólar à vista estava em queda de 0,47%, a 5,2321 reais. Logo após a divulgação dos primeiros trechos da fala, a moeda chegou a reduzir as perdas para 0,25%, a 5,2436 reais. Rapidamente, porém, houve fortes ordens de vendas que derrubaram a cotação.
No exterior, o índice do dólar — que antes de Powell havia batido a máxima da sessão ao subir 0,15% — caía 0,39% nesta tarde, a 92,694.
“O Fed ressaltou mais uma vez que o início do ‘tapering’ não quer dizer que estamos mais próximos de aumentos de juros, e isso faz com que o mercado, na minha opinião, tenha uma visão ainda mais tranquila quanto ao início da redução de estímulos, podendo ter reação menos volátil”, comentou Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos.
Segundo ele, a alta das bolsas globais e a desvalorização internacional do dólar evidenciam leitura um pouco mais “dovish” da fala de Powell.
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