SÃO PAULO (Reuters) - O dólar abriu em queda frente ao real nesta quinta-feira, acompanhando melhora global no apetite por risco depois que a reunião de política monetária do Federal Reserve ficou para trás, enquanto, no Brasil, investidores digeriam o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central.
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar caía frente ao real na manhã desta quinta-feira, acompanhando melhora global no apetite por risco, depois que a reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos ficou para trás.
Ao fim de seu encontro de dois dias, na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) afirmou que encerrará suas compras de títulos da era da pandemia mais cedo do que o esperado, em março do ano que vem, pavimentando o caminho para três aumentos de 0,25 ponto percentual cada nos juros até o fim de 2022.
“De modo geral, os investidores parecem ter gostado da postura mais dura com relação ao combate à inflação, ao mesmo tempo que Jerome Powell (chair do Fed) sinalizou que este movimento será feito de forma calculada de modo a não sufocar a economia e os mercados no processo”, explicou em nota Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
Às 9:49 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,52%, a 5,6777 reais na venda, movimento alinhado à queda de 0,3% apresentada pelo índice da moeda norte-americana contra uma cesta de seis rivais nesta manhã.
Na B3, às 9:49 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,11%, a 5,6945 reais.
Rand sul-africano, peso mexicano, peso chileno e dólar australiano, divisas consideradas sensíveis a risco, apresentavam ganhos moderados contra a moeda dos Estados Unidos nesta manhã.
Nos mercados de ações, as bolsas europeias avançavam nesta quinta-feira, assim como os futuros de Wall Street. [.EUPT] [.NPT]
“Hoje (o mercado de câmbio doméstico) está em linha com tudo lá fora, teve uma acalmada no mercado”, disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos.
Mesmo assim, investidores não descartavam a possibilidade de mudança no sinal da moeda norte-americana frente ao real ao longo da sessão, alertando para movimento de saída de recursos do país com a aproximação do fim do ano.
Segundo Nagem, essa pressão sazonal é um dos motivos que explicam a presença mais firme do Banco Central no mercado de câmbio nos últimos dias, quando a autarquia forneceu liquidez aos mercados com venda de moeda à vista e um leilão de venda conjugado com leilão de compra.
Além disso, afirmou, muitos operadores já estão de olho nas eleições presidenciais de 2022, que têm potencial de minar a atratividade da moeda brasileira com a expectativa de escalada nas tensões políticas.
O dólar negociado no mercado interbancário subiu 0,21% na última sessão, a 5,7072 reais na venda, novo pico desde 13 de abril deste ano (5,7175 reais).
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de fevereiro de 2022.
(Edição de José de Castro)
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