SÃO PAULO (Reuters) - O dólar registrava forte alta na abertura desta segunda-feira em meio à aversão ao risco no exterior diante do aumento nos casos globais de Covid-19, o que levanta novas preocupações sobre a desaceleração do crescimento econômico.
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar tinha forte alta e voltava a superar 5,20 reais nesta segunda-feira, começando a semana sob intensa pressão do exterior, onde moedas e outros atidos de risco caíam em meio a temores económicos decorrentes de novos saltos de casos de Covid-19 em alguns países.
O recesso no Congresso Nacional e a agenda macro doméstica relativamente tranquila nos próximos dias direccional as atenções de investidores para o plano internacional, com a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no foco dos mercados nos próximos dias e podendo gerar volatilidade.
Por ora, o ponto de receio está no aumento constante de novos registros de Covid-19 em países asiáticos, que até então vinham com a epidemia mais contida.
O possível impacto econômico de novos lockdowns nesses locais e alguma perda de ímpeto nas projeções mais otimistas para o EUA têm deixado investidores nervosos, num momento em que o banco central norte-americano (o Fed) lida com inflação mais alta em paralelo a uma robusta concessão de estímulos. No pior dos cenários do mercado está uma estagflação –baixo crescimento econômico e preços mais altos.
“Embora continuemos esperando que o dólar passe a cair nos próximos meses, a incerteza de curto prazo em torno do crescimento global e das perspectivas da política monetária argumenta contra novas vendas por enquanto, em nossa opinião”, disseram estrategistas do Goldman Sachs em nota.
Às 10h02 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,44%, a 5,1905 reais na venda, depois de bater 5,203 reais (+1,68%) na máxima intradiária. Na mínima, atingida logo no início do pregão, a moeda desceu a 5,11209 reais, queda de 0,10%).
Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,43%, a 5,1935 reais, após alcançar 5,209 reais, maior valor desde 13 de julho.
No exterior, o índice do dólar –que mede o valor da moeda frente a uma cesta de pares– subia 0,25%, para os picos desde abril.
A narrativa de “reflação global” –aumento de preços com crescimento econômico pós-crise–, contudo, ainda é citada por vários analistas como argumento de baixa para o dólar. O banco ING inclusive vê o real como beneficiário desse cenário, junto com outras divisas pró-cíclicas, como peso mexicano, rublo russo e coroa norueguesa.
(Por José de Castro)
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