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Ex-coordenadora do PNI diz que faltou vacina e campanha publicitária ao Brasil

Por :
Reuters
Atualizado: Jul 8, 2021, 18:51 UTC

(Reuters) - A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde Francieli Fantinato disse em depoimento à CPI da Covid no Senado nesta quinta-feira que faltaram ao programa de vacinação contra a Covid-19 no Brasil quantidade suficiente de vacinas e uma campanha publicitária efetiva para conscientizar a população sobre a necessidade de se vacinar.

Francieli Fantinato chega no Congresso para prestar depoimento na CPI

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) – A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde Francieli Fantinato disse em depoimento à CPI da Covid no Senado nesta quinta-feira que faltaram ao programa de vacinação contra a Covid-19 no Brasil quantidade suficiente de vacinas e uma campanha publicitária efetiva para conscientizar a população sobre a necessidade de se vacinar.

“Faltou para o PNI sob a minha coordenação quantitativo suficiente para execução rápida de uma campanha e campanhas publicitárias para a segurança dos gestores, profissionais de saúde e população brasileira” disse ela.

“Para um programa de vacinação ter sucesso é simples: é necessário ter vacinas e é necessário ter uma campanha publicitária efetiva. Infelizmente eu não tive nenhum dos dois”, acrescentou.

Francieli iniciou seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na condição de investigada, tendo em mãos, inclusive um habeas corpus que a autoriza a não assinar compromisso de dizer a verdade.

Segundo ela, a politização da vacinação contra a Covid-19 foi um dos motivos para deixar o cargo recentemente. E ao referir-se indiretamente ao presidente Jair Bolsonaro, afirmou que declarações questionando a eficácia ou a necessidade das vacinas prejudicam o processo de imunização da população.

“Quando o líder da nação não fala favorável, a minha opinião pessoal é que isso pode trazer prejuízos”, afirmou, sobre as constantes declarações de Bolsonaro contra a vacinação.

“Essa politização do assunto fez com que eu decidisse caminhar com as minhas questões pessoais”, afirmou, ao explicar o que a levou a decidir deixar o cargo. “Essa politização trouxe até para mim a condição de investigada sem eu ter sequer sido ouvida.”

Francieli externou desconforto à CPI por estar ali na condição de investigada, uma vez que não havia sequer sido ouvida.

No decorrer do depoimento, diante das declarações da ex-coordenadora, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que ela prestou uma “colaboração fenomenal”, razão pela qual não precisaria estar ali na condição de investigada.

“A dra. Francieli hoje traz uma contribuição fundamental a esta Comissão Parlamentar de Inquérito que não deixa dúvidas… de quem é que não tem vez neste governo: são técnicos dessa natureza”, disse Randolfe.

“Técnicos que defendem a ciência, técnicos que defendem a vacina, técnicos que defendem o uso de máscaras, as medidas adequadas, que deveriam ter sido adotadas desde o início do enfrentamento da pandemia.”

A sugestão do vice-presidente foi prontamente atendida pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que havia determinado a condição de investigada sobre Francieli.

(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

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