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Governo vai manter defesa de voto de qualidade no Carf, diz Padilha

Por :
Reuters
Atualizado: Feb 6, 2023, 23:06 UTC

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira que o governo vai manter a defesa do restabelecimento do chamado voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), conforme previsto em medida provisória editada no mês passado.

Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante reunião no Palácio do Planalto

BRASÍLIA (Reuters) -O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira que o governo vai manter a defesa do restabelecimento do chamado voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), conforme previsto em medida provisória editada no mês passado.

Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do governo no Congresso, Padilha ressaltou que a MP não mudará a prerrogativa das empresas de recorrer ao judiciário em caso de desempate.

“O governo vai manter a defesa do voto de qualidade. O próprio ministro esclareceu a importância do voto de qualidade e está absolutamente aberto ao debate no Congresso Nacional, que pode aprimorar a proposta, mas ele reafirmou essa importância”.

O voto de qualidade, que autoriza o presidente do Carf a dar um voto de desempate nos julgamentos, havia sido extinto em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Sem ele, havia um benefício automático aos contribuintes em casos de empate.

Padilha afirmou que o governo promoverá outras reuniões com o Congresso para obter apoio à matéria e citou dados apontados por Haddad na reunião.

“Hoje são cerca de 100 mil processos que chegam até o Carf. Apenas 2% desses processos fica numa situação de empate em que o voto de qualidade do governo tem um peso muito importante. Isso significa mais ou menos 100 empresas e com o volume total de 600 bilhões de reais em dívidas”.

Em relação à substituição do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, cujo mandato termina no fim deste mês, Padilha disse que o presidente Lula vai seguir “exatamente o que está na lei, construir um nome a ser indicado e analisado pelo Senado”.

O presidente tem criticado a independência formal do Banco Central –chegando a afirmar que poderá rever o tema ao término do mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em 2024–, assim como o patamar da taxa de juros e a atual meta de inflação, que ele considera baixa demais.

O mercado financeiro tem reagido mal a essas falas do presidente e ao que enxerga como falta de compromisso fiscal do governo, e costuma responder com a elevação dos juros futuros. Por mais de uma vez, ministros e aliados de Lula vieram a público para atenuar algumas dessas declarações, especialmente para afirmar que o fim da independência formal do BC não está na pauta do governo.

(Reportagem de Victor BorgesEdição de Pedro Fonseca e Isabel Versiani)

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