BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que a informação que recebeu é que um manifesto em articulação por entidades empresariais teria como objetivo fazer uma defesa da democracia, mas que teria sido sugestão da Febraban, entidade que representa os grandes bancos, alterar o tom do texto para fazer um ataque ao governo.
Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que a informação que recebeu é que a Febraban teria sugerido uma alteração no tom de um manifesto em defesa da democracia que está sendo articulado pela Fiesp com outras organizações empresariais para que o texto se transformasse em um ataque ao governo.
“Aí a própria Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) teria dito ‘então eu não vou fazer esse manifesto’, e o manifesto parece que está até suspenso por causa disso, não estão chegando a um acordo”, disse Guedes em Brasília a jornalistas, ressaltando não estar envolvido em discussões sobre o tema por estar focado na questão dos precatórios.
Em nota divulgada nesta tarde, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) negou ter participado da elaboração de texto com ataques ao governo ou oposição à atual política econômica.
“O conteúdo do manifesto pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade”, disse a Febraban, acrescentando que o texto apresentado pela Fiesp foi submetido à aprovação de sua própria governança, que autorizou ter sua assinatura na nota.
“Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela Fiesp. Sua publicação não é decisão da federação dos bancos”, disse a Febraban.
Guedes disse que a Febraban está muito ativa na defesa dos interesses dos bancos na reforma tributária, o que ele disse considerar “louvável”.
“Acho que se ela defender a democracia também é muito bom, nós queremos a defesa da democracia, das reformas, tá tudo bom, tá tudo certo”, disse.
“Agora se tem algum banco público não querendo assinar possivelmente é porque os termos… a informação que eu tenho é a seguinte, que haveria um manifesto em defesa da democracia, e aí não haveria problema nenhum. E que alguém na Febraban teria mudado isso para, em vez de ser uma defesa da democracia, seria um ataque ao governo”, afirmou Guedes.
A Fiesp confirmou nesta segunda-feira que a divulgação do texto será adiada, alegando haver interesse de outras associações de também participar da iniciativa.
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