SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira operava próximo da estabilidade nos primeiros negócios nesta terça-feira, mesmo diante da manutenção de humor favorável aos ativos de risco no exterior, com os índices futuros de ações atingindo máximas históricas nos Estados Unidos.
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) – O principal índice da bolsa brasileira cai nesta terça-feira, sob influência negativa das ações de Vale e de empresas siderúrgicas, ainda que o humor siga favorável aos ativos de risco no exterior.
Às 11:30, o Ibovespa caía 0,72%, a 104.791,65 pontos. O volume financeiro era de 3,5 bilhões de reais. A liquidez segue baixa por causa dos feriados de final de ano — o volume financeiro tem se mostrado cerca de metade do que era nos pregões no início de dezembro.
A Vale era principal contribuição negativa para o índice, enquanto Petrobras estava na ponta oposta.
A diminuição dos receios com a variante Ômicron da Covid-19, aliada a um otimismo de final de ano, seguia dando suporte às bolsas na Europa, enquanto os índices ligados à renda variável nos EUA reduziram os ganhos de mais cedo.
O Ibovespa não vem seguindo cegamente o bom humor do mercados internacionais e somou apenas uma alta nos último três pregões completos. Analistas destacam questões internas como o ciclo de alta de juros em andamento no Brasil e as incertezas políticas e fiscais como fatores que limitam o índice.
Na cena fiscal, está no radar do mercado a entrega de cargos por auditores da Receita Federal, na esteira de aprovação no Congresso de Orçamento de 2022 com uma reserva de 1,7 bilhão de reais para reajustar salários de policiais. Segundo o Sindifisco, a liberação desses recursos foi possível por meio de cortes nas verbas da Receita em 2022.
Contrapõem-se ao cenário de mais cautela a queda na taxa de desemprego no Brasil para 12,1% no trimestre encerrado em outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ante expectativa de taxa a 12,3% em pesquisa Reuters com analistas.
DESTAQUES
– VALE ON caía 2%, CSN ON cedia 0,9%, USIMINAS PN recuava 1,9% e GERDAU PN tinha queda de 1,3%, após contratos futuros do minério cederem 3,4% em Dalian, devido a preocupações com excesso de oferta, já que as usinas retomarão a produção nos próximos meses. No caso da Vale, ainda houve contratempo nas negociações envolvendo sua joint venture Samarco — em conjunto com o grupo anglo-australiano BHP — com credores em conversas para um acordo de recuperação judicial.
– PETROBRAS PN tinha alta de 0,3% e ON operava estável. Petróleo Brent subia 0,7% no mercado internacional.
– ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,5% e BRADESCO PN cedia 0,6%, após à divulgação de estatísticas mensais de crédito pelo Banco Central. O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,8% em novembro sobre outubro, enquanto a inadimplência no segmento de recursos livres teve leve alta, e o spread bancário no mesmo segmento subiu a 23,4 pontos percentuais.
– VIA ON subia 0,2% e MAGAZINE LUIZA ON caía 0,8%, após ações dispararem na véspera com otimismo dos investidores com o setor de varejo.
– ASSAÍ ON caía 3,3%, quarta sessão consecutiva de baixa.
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