SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista começava a sexta-feira com viés positivo, ainda sob efeito do relativo alívio na tensão institucional, enquanto o movimento de caminhoneiros perdeu força. O último pregão da semana ainda encontrava respaldo no cenário benigno no exterior.
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – A bolsa paulista adotava um viés positivo nesta sexta-feira, ainda sob efeito do relativo alívio na tensão institucional, com a última sessão da semana também encontrando respaldo no cenário benigno no exterior.
Às 10:43, o Ibovespa subia 0,55%, a 115.998,82 pontos. O volume financeiro no pregão somava 5,1 bilhões de reais. Apesar da trégua, o Ibovespa ainda contabilizava desempenho negativo na semana.
Após ataques a ministros do STF e ameaças de não cumprir decisões judiciais em manifestações na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro baixou o tom e disse em nota na véspera que nunca teve a intenção de agredir quaisquer dos Poderes.
Ainda na quinta-feira, a bolsa paulista reagiu prontamente às declarações, com o Ibovespa revertendo a queda e chegando a subir 2,59% na máxima, para depois fechar com alta de 1,72%. Na quarta, havia afundado quase 4%.
Na visão do diretor de investimentos da TAG Investimentos, Dan H. Kawa, a nota divulgada por Bolsonaro é um sinal claro de tentativa de apaziguamento.
“Não acho que teremos um endereçamento completo do tensionamento, mas certamente há espaço para os ativos locais consumirem parte do prêmio de risco que foi criado nos últimos dias/semanas”, acrescentou.
Em comentários a clientes, ele ainda ressaltou que persistem riscos fiscais relevantes no cenário, bem como o problema institucional irá continuar e a inflação permanece se mostrando um desafio de curto prazo.
Ainda na cena brasileira, de acordo com informações do Ministério da Infraestrutura mais cedo, as manifestações de caminhoneiros perdiam força nesta sexta-feira e aconteciam em apenas três Estados.
No exterior, os pregões em Wall Street mostravam ganhos com sinais de alívio nas tensões entre EUA e China somando-se a dados recentes que acalmaram temores de desaceleração na recuperação econômica.
DESTAQUES
– B3 ON valorizava-se 3%, entre os principais suportes de alta, tendo também de pano de fundo comunicado da operadora de infraestrutura de mercado de que estuda emissão de títulos da dívida no mercado internacional, com potencial reflexo no guidance sobre endividamento.
– CSN ON avançava 2,3%, em sessão positiva para papéis de mineração e siderurgia como um todo, com agentes também analisando acordo para a aquisição pela companhia dos negócios de cimento no Brasil da Holcim. No setor, VALE ON ganhava 1%.
– YDUQS ON subia 2,8%, contra alta de 2% da rival COGNA ON. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a Yduqs também está interessado no CEUB, centro universitário de Brasília, que já está em negociações com a Ânima. ANIMA ON avançava 1,9%.
– ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,2%, mas BRADESCO PN subia 0,4%, em sessão sem um sinal único entre os bancos do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON avançava 2%.
– PETROBRAS PN registrava elevação de 1,1%, endossada pela alta do petróleo no exterior. A companhia aprovou novos modelos contratuais para venda de gasolina A e de óleo diesel rodoviário e marítimo a distribuidoras, mas disse que as mudanças não alteram a sua política de precificação.
– WEG ON caía 1,2%, após disparar mais de 6% na véspera, completando o quarto pregão seguido de valorização, período em que acumulou uma valorização de 8,67%.
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