Por Maximilian Heath BUENOS AIRES (Reuters) - A câmara da indústria de carne bovina da Argentina CICCRA propôs um aumento no peso do gado como uma forma de elevar diretamente a produção de carne, disse a entidade nesta quinta-feira, antes de uma reunião entre pecuaristas e autoridades do governo sobre os limites impostos às exportações.
Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) – A câmara da indústria de carne bovina da Argentina CICCRA propôs um aumento no peso do gado como uma forma de elevar diretamente a produção de carne, disse a entidade nesta quinta-feira, antes de uma reunião entre pecuaristas e autoridades do governo sobre os limites impostos às exportações.
Os pecuaristas afirmam que os limites de exportação impostos pelo governo, com o objetivo de garantir um amplo abastecimento doméstico de alimentos, são uma intervenção desnecessária no mercado.
“Entendemos que para aumentar a produção de carne de forma sustentável, o setor precisa de um horizonte previsível para os próximos cinco anos”, disse a CICCRA em um comunicado.
“Uma forma de gerar essa confiança pode ser aplicada diretamente e sem demora, pelo Ministério da Agricultura, com uma resolução que aumenta o peso mínimo obrigatório do gado no momento do envio para o frigorífico”, afirmou.
A câmara argumenta que o aumento dos limites de peso liberaria mais carne para o consumo interno, permitindo assim que a Argentina exportasse mais.
Os líderes das principais associações agrícolas da Argentina disseram que vão pressionar o governo devido à total desregulamentação do mercado de exportação de carne bovina, quando se reunirem na noite de quinta-feira com o ministro da Agricultura, Julian Dominguez.
A Argentina é um importante fornecedor global de carne bovina. Desde meados do ano, o governo estabeleceu limites às exportações em uma tentativa de conter a inflação dos preços domésticos dos alimentos.
Prevê-se que os preços ao consumidor em geral terminem este ano cerca de 50% mais altos à medida que a economia sai de uma longa recessão, exacerbada pela pandemia de Covid-19.
“Nossa intenção é abrir totalmente o mercado de exportação, o que daria aos produtores previsibilidade da política”, disse à Reuters Carlos Achetoni, presidente da Federação Agrária Argentina, quando questionado sobre o objetivo do encontro.
A Reuters entrou em contato com o Ministério da Agricultura, mas não obteve resposta imediata.
Dados oficiais indicam que a Argentina, país de 45 milhões de habitantes com rebanho bovino de 53,5 milhões de animais, exportou cerca de 675 mil toneladas de carne bovina entre janeiro e outubro, com 73,2% desses embarques destinados à China.
(Reportagem de Maximilian Heath, texto de Hugh Bronstein)
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