(Reuters) - A Unilever alertou que a inflação deve acelerar no próximo ano e seus preços terão que subir ainda mais, com empresas de bens de consumo lutando para compensar o aumento de energia e outros custos.
Por Siddharth Cavale
A empresa anunciou nesta quinta-feira crescimento das vendas do terceiro trimestre acima das previsões e manteve sua projeção de margem de lucro para o ano, desafiando temores de alguns analistas de um corte.
Mas o chefe de finanças da Unilever, Graeme Pitkethly, previu persistência das pressões inflacionárias. “Esperamos que a inflação possa ser maior no próximo ano do que neste ano”, disse a jornalistas, acrescentando que é provável que o pico no primeiro semestre de 2022 seja moderado depois disso.
As rivais Procter & Gamble e Nestlé disseram nesta semana que também aumentarão os preços ainda mais.
Mas analistas dizem que a Unilever enfrenta uma tarefa difícil devido à sua maior exposição aos mercados emergentes, onde a inflação é mais forte e há sinais de que os consumidores estão migrando para marcas locais mais baratas.
No terceiro trimestre, a Unilever disse que as vendas de desodorantes, produtos para a pele e sorvetes aumentaram.
A inflação na indústria de bens de consumo tem sido alta, embora a Unilever tenha dito que observa um impacto menor por causa de seu poder de negociação.
Ajudada pelos aumentos de preços, a Unilever manteve sua previsão de margem operacional para o ano. Em julho, cortou a previsão de “ligeiramente para cima” para “quase estável”.
Óleo de palma e soja e derivados de petróleo, como resina, foram algumas das áreas de pressões de custo, enquanto o preço do frete marítimo foi de 10 e 15 vezes mais altos do que no final de 2019, acrescentou.
Em meio a desafios de logística, a Unilever está mantendo estoques de reserva para manter disponibilidade nas prateleiras de varejistas.
(Reportagem de Siddharth Cavale em Bangalore)
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