Com os Estados Unidos colocando em prática sua fiscalização sobre o mercado de criptomoedas, outros países avançam em suas próprias definições. Os primeiros destaques ficam para a primeira abertura do Canadá aos investimentos em Bitcoin, e principalmente para a Índia, que se mostra receptiva à novidade e pode assumir papel de destaque em breve.
O mercado de criptomoedas ainda sofre com o duro, mas já esperado baque vindo da nova abordagem dos Estados Unidos junto à negociação das moedas virtuais. Propostas de emendas e demais ajustes já estão sendo debatidas, mas, por hora, a fiscalização mais “invasiva” dos EUA provocou queda considerável na enorme maioria dos criptos.
Entretanto, assim como ocorreu no início dos debates que levaram às mudanças em questão, a megapotência mundial serviu para muitas outras nações ligarem seus próprios sinais de alerta para a necessidade de aproximar o mercado de criptos e suas múltiplas possibilidades da realidade de seus países.
O Canadá dá seu primeiro aval governamental para uma ferramenta de investimentos baseada em Bitcoins (BTC). Trata-se de uma plataforma de negociação e custódia de BTC para investidores institucionais, como fundos de pensão, administradores de portifólio e fundos mútuos.
O aval dado pela Organização Reguladora da Indústria de Investimentos do Canadá à Fidelity (FNF), empresa que ainda em setembro contava com mais de US$ 4,2 trilhões em ativos sob gestão, deve abrir caminhos para que os primeiros fundos de investimentos negociados em bolsas também sejam aprovados, assim como ocorreu recentemente no vizinho Estados Unidos.
Indo de certa forma na “contramão” de países mais temerosos perante a regulamentação de criptomoedas, a Índia deu uma série de fortes sinais receptivos ao mercado em ascensão.
Para começar, logo na primeira reunião parlamentar oficial referente às primeiras etapas regulatórias dos ativos, representantes de situação e oposição foram unânimes em defender a legalidade da atividade e de seus aspectos comerciais, impedindo qualquer possibilidade de banimento, como ocorreu na China.
O governo nacional indica também que, em breve, pretende reclassificar as exchanges que trabalham com ofertas de moedas virtuais no país.
Enquanto outras nações fecham o cerco e de certa forma atrapalham as plataformas de negociação, a Índia irá considerar estas empresas como do ramo de e-commerce. Além de retirar parte da burocracia no ramo, a mudança reduzirá o imposto sobre produtos e serviços – que era deduzido de cada transação feita – de 18% para 1%.
Já nessa quinta-feira (18), o primeiro ministro do país, Narendra Modi, convocou nações democráticas de todo o mundo a trabalhar em prol da adesão e do uso correto do Bitcoin e das demais criptomoedas.
“É importante que todas as nações democráticas do mundo colaborem nessa causa, para garantir que esse recurso promissor não caia em mãos erradas e acabe estragado para nossa juventude”, declarou Modi, que mais cedo na semana já tinha abordado os riscos do uso de criptomoedas na lavagem de dinheiro e em demais crimes de finanças.
Apesar da postura amistosa, os debates de definições regulatórias ainda irão longe em solo indiano. Contudo, não é ousado dizer que a maneira aberta e positiva pelas quais os primeiros pontos da conversa foram abordados podem permitir que o país emergente cumpra com maestria o seu potencial de suprir a ausência chinesa no mercado de criptoativos mundial.
Com trabalhos de destaque no meio da comunicação desde o primeiro semestre do curso de jornalismo, Victor se aproximou da cobertura econômica ao redigir e apresentar conteúdos diários sobre o mercado para milhares de ouvintes, espectadores e internautas.